Resumo
Este artigo analisa, por meio da análise de discurso foucautiano, o relatório da UNESCO "Educação: um tesouro a descobrir" (1996), destacando como seus objetivos para a educação no século XXI, embora apresentados sob novas retóricas, mantêm um discurso funcionalista já conhecido e reafirma a propositura de uma Educação pra Todos como proposta de subjetivação. A análise foca títulos do documento e sua articulação com a proposta de pilares para a educação que reforçam a ideia da educação como essencial para que os indivíduos "tornem-se humanos" e verdadeiramente vivam. Utilizando as perspectivas de Foucault e Larrosa, por meio de uma análise documental qualitativa, o texto argumenta que, embora os mecanismos apresentados no relatório sejam distintos dos dispositivos disciplinares tradicionais, a lógica subjacente à produção do sujeito persiste, agora disfarçada por retóricas aparentemente ingênuas. É preciso tencionarmos os contextos e as política públicas, como forma de gerar, em meio aos discursos hegemônicos, fissuras que possibilitem rompermos com as subjetividades oficializadas que balizam a experiencia de si.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2024.038-012