Resposta morfofisiológica da glândula tireoide de Mus musculus fêmea exposta a óleos essenciais (compostos bioactivos) extraídos de Egletes viscosa e Lippia schauerian

Autores

  • Melissa Carolina Pereira
  • Bruna Jéssyca Nascimento Araújo
  • Odaiza da Silva
  • Andressa Ferreira Abreu
  • Eric Lemos Krüger
  • Gabriel Esbrisse dos Santos
  • Giovanna Tavares Lima
  • Giulia Isabelle Marinho Garrito
  • Nádia Cristina Feltre
  • Marina Rodrigues de Abreu
  • Maria Izabel Camargo Mathias

Palavras-chave:

Bioativo natural, Controle, Toxicidade, Glândula tireoide.

Resumo

O carrapato Rhipicephalus linnaei (Audouin, 1826), popularmente conhecido como carrapato-marrom, é de importância médica e veterinária, pois transmite diversos patógenos que causam doenças relevantes para a saúde pública e, consequentemente, perdas econômicas significativas. Estudos anteriores mostraram que os acaricidas que utilizam ingredientes ativos sintéticos deixam resíduos nocivos no ambiente e causam problemas para organismos não-alvo, que incluem os hospedeiros em geral. Por essas razões, novas estratégias e métodos de controle, como abordagens biológicas, vacinas e compostos bioativos de plantas, têm sido estudados. No presente estudo, foi avaliada a ação de óleos essenciais extraídos de Egletes viscosa e Lippia schaueriana, ambas nativas do Brasil. Apesar de terem eficácia comprovada como acaricidas (contra essa espécie de carrapato), ainda não haviam sido realizados estudos sobre os efeitos que exercem sobre os hospedeiros (aqui simulados por fêmeas de Mus musculus). Os resultados inéditos aqui encontrados mostraram que, no grupo de tratamento T1 (camundongos fêmeas expostos ao óleo de L. schaueriana), houve alterações morfológicas na tireoide que indicaram que essas glândulas também teriam as funções de síntese/transformação do coloide em hormônios tireoidianos fisiologicamente comprometidas. Houve alterações na morfologia das células foliculares (de cuboidais para escamosas) e vacuolização citoplasmática. O coloide no interior dos folículos nem sempre se apresentava homogêneo e, em muitos deles, notou-se uma fina granulação, sugerindo alterações no pré-hormônio. No grupo de tratamento 2 (fêmeas expostas ao óleo de E. viscosa), as células foliculares na grande maioria dos folículos também perderam sua forma cuboidal e se tornaram escamosas, e seus núcleos mudaram de arredondados para achatados e picnóticos. A morfologia arredondada dos folículos tornou-se irregular, causando a desorganização das células foliculares, e os espaços intersticiais deixados entre os folículos foram preenchidos por tecido conjuntivo. Portanto, esses resultados deixam claro que a exposição de camundongos fêmeas (simulando hospedeiros de carrapatos) aos óleos essenciais de E. viscosa e L. schaueriana a uma concentração de 50mg/mL causou alterações morfofisiológicas na glândula tireoide desses indivíduos, o que levou à perda da função do órgão, e chamou a atenção para a importância do uso cuidadoso de acaricidas, mesmo que sejam de origem natural.

Arquivos adicionais

Publicado

2023-06-20

Como Citar

Pereira , M. C., Araújo , B. J. N., Silva , O. da, Abreu , A. F., Krüger , E. L., Santos , G. E. dos, Lima , G. T., Garrito , G. I. M., Feltre, N. C., Abreu, M. R. de, & Mathias, M. I. C. (2023). Resposta morfofisiológica da glândula tireoide de Mus musculus fêmea exposta a óleos essenciais (compostos bioactivos) extraídos de Egletes viscosa e Lippia schauerian. International Seven Journal of Multidisciplinary, 2(2), 221–239. Recuperado de https://sevenpublicacoes.com.br/ISJM/article/view/1637

Edição

Seção

Articles