HESITAÇÃO VACINAL NA REGIÃO METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA E SUA INFLUÊNCIA NA VACINAÇÃO DE CRIANÇAS DE ATÉ DOIS ANOS DE IDADE
Palavras-chave:
Hesitação vacinal, Imunopreveníveis, Cobertura vacinalResumo
A baixa cobertura vacinal tem gerado preocupações nos sistemas de saúde em todo o mundo, devido ao risco de reemergência de doenças já eliminadas. Um dos principais fatores que contribuem para essa baixa cobertura é a hesitação vacinal, definida como o atraso ou recusa em aceitar vacinas recomendadas, mesmo quando estas estão disponíveis. Diante desse cenário, o objetivo deste estudo foi analisar a hesitação vacinal na Região Metropolitana da Baixada Santista e sua influência na vacinação de crianças de até dois anos de idade. Este estudo epidemiológico transversal foi realizado por meio de um inquérito domiciliar sobre a cobertura vacinal infantil (0 a 2 anos) nos municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista. A amostra probabilística incluiu 831 participantes, com nível de significância de 5% e poder de 80%, e o levantamento ocorreu entre novembro de 2020 e abril de 2022. A análise utilizou testes de associação e a escala Likert para medir o grau de hesitação vacinal. Os resultados indicam que 74% dos respondentes eram mães, com maioria de escolaridade de ensino médio completo ou superior incompleto (54%), idade entre 30 e 39 anos (44,5%), e 53,5% trabalhando fora do lar. As crianças eram majoritariamente brancas (56,2%) e levadas pelas mães para vacinar (77,3%), sendo as Unidades Básicas de Saúde (UBS) o principal local de vacinação (92,4%). Além disso, 16,8% dos respondentes afirmaram que a pandemia de Covid-19 influenciou a não aplicação de vacinas. A análise indicou associação significativa (p<0,05) entre hesitação vacinal e as áreas geográficas da região. A Área Norte apresentou o maior percentual de hesitação vacinal, embora a hesitação tenha sido significativa em todas as áreas. Os testes de múltiplas comparações de Bonferroni e Kruskal-Wallis revelaram diferenças entre as regiões em termos de hesitação vacinal. Com base no conceito de vulnerabilidade de Ayres, que considera a interação entre fatores individuais, sociais e programáticos, o estudo destaca que a hesitação vacinal na região é multifacetada. Fatores que se enquadram nos 5Cs (Confiança, Complacência, Conveniência, Cálculo e Responsabilidade Coletiva) foram identificados em todas as áreas. Portanto, o combate à hesitação vacinal deve envolver estratégias territorialmente adaptadas, considerando as especificidades regionais e culturais para promover maior aceitação das vacinas.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Dalva Mendes Fernandes, Luzana Mackevicius Bernardes, Ysabely de Aguiar Pontes Pamplona, Ramiro Andrés Fernandez Unsain, Elda de Oliveira, Alfésio Luís Ferreira Braga, Lourdes Conceição Martins

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.