PREVALÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE EM UMA PENITENCIÁRIA ESTADUAL
Palavras-chave:
DCNT, Pessoas privadas de liberdade, Saúde prisional, Uso de drogas, HipertensãoResumo
Em todo o mundo, a população carcerária total supera os 10,7 milhões de pessoas. Segundo o World Prison Brief, do Institute for Crime & Justice Policy Research, os Estados Unidos têm a maior população carcerária do mundo, com 1.767.200 indivíduos apenados (2021), seguidos pela China, com 1.690.000 indivíduos (2018). O Brasil ocupa a terceira posição, com 839.672 pessoas encarceradas (junho de 2022), representando uma taxa de 390 detentos por 100 mil habitantes. Desses, 5,4% são mulheres, sendo os homens a grande maioria da população carcerária. O Brasil possui um total de 1.384 instituições para atender essa demanda, com uma capacidade oficial de 482.875 detentos, o que representa uma taxa de ocupação de 173,9%, indicando um grave problema de superlotação no sistema prisional. Este estudo teve como objetivo estimar a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e seus fatores de risco na população carcerária da Penitenciária Estadual de Ponta Grossa. Realizou-se um estudo de coorte transversal, retrospectivo e descritivo, analisando os prontuários médicos de 407 detentos. A prevalência de hipertensão foi de 5,42%, dislipidemia 0,74%, diabetes mellitus 0,49% e uso de drogas ilícitas 37,68%. A análise estatística não revelou uma associação significativa entre o uso de drogas ilícitas e as DCNTs, embora as tendências sugiram uma relação. Os resultados indicam uma população carcerária jovem, com alta prevalência de uso de drogas ilícitas. Embora a prevalência de DCNTs tenha sido baixa, esses indivíduos estão em maior risco de desenvolver essas condições, especialmente devido aos desafios da vida prisional e ao acesso limitado a cuidados de saúde. É crucial melhorar as intervenções de saúde nessa população, o que pode ter implicações mais amplas para a saúde pública.
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