Resumo
O fenômeno da medicalização na educação tem sido uma preocupação crescente devido ao aumento dos diagnósticos e do uso de medicamentos entre crianças em idade escolar. A medicalização da vida escolar muitas vezes resulta em uma abordagem reducionista, ignorando os fatores sociais, políticos e culturais que influenciam a aprendizagem e o comportamento dos alunos. Além disso, a medicalização pode levar à exclusão, rotulando e tratando os alunos de maneira diferenciada, reforçando estigmas e isolando-os de seus pares.
A formulação de diagnósticos generalizados, baseados em sintomas padronizados e amplamente divulgados, pode desconsiderar as particularidades individuais das crianças, seu ambiente e as questões que as envolvem durante o processo de desenvolvimento na infância. A medicalização escolar, que conecta problemas neurológicos ao fracasso escolar ou comportamento inadequado, tem se tornado comum nas escolas e serviços de saúde.
Para abordar essa questão de forma mais consciente e equitativa, é fundamental adotar uma perspectiva mais ampla e contextualizada, considerando os aspectos sociais, políticos e culturais que influenciam o processo de ensino-aprendizagem. Promover uma educação inclusiva, que respeite a diversidade e os direitos humanos, é essencial para garantir um ambiente escolar saudável e acolhedor para todos os estudantes. A reflexão crítica sobre a medicalização na educação é um passo importante rumo a práticas pedagógicas mais conscientes e equitativas.
De acordo com isso, este trabalho propõe uma investigação aprofundada sobre a medicalização na educação, com o intuito de fornecer uma análise crítica para lidar com os desafios decorrentes desse fenômeno. Ao adotar uma abordagem crítica e interdisciplinar, busca-se não apenas compreender as causas e consequências da medicalização, mas também promover uma educação mais inclusiva e baseada em direitos, que atenda às necessidades dos alunos de forma mais abrangente e contextualizada.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.015-020