Resumo
Neste artigo, delineamos a tensão em curso entre o ensino baseado na gramática e o ensino baseado no discurso na Educação Básica brasileira. Historicamente, instituições como o Colégio Pedro II equilibraram o ensino gramatical com estudos retóricos e estilísticos; documentos como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Brasil, 1996) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998) enfatizam a importância da integração da gramática com o uso da língua materna em contextos reais; reformas curriculares, como a de 1981 no Colégio Pedro II, refletiram mudanças na ênfase dada à gramática, enquanto abordagens mais recentes, defendidas por linguistas como Possenti (1996) e Moura Neves (2011), propõem uma maior valorização do uso da língua. Nesse sentido, defendemos a integração do ensino baseado na gramática e no discurso (texto) na perspectiva da semiótica discursiva, que analisa a construção do sentido em três níveis: o fundamental, o narrativo e o discursivo. Por meio de análises de manchetes do portal G1, ilustramos que aspectos gramaticais e discursivos podem ser ensinados em conjunto e reforçamos a importância de uma abordagem bidirecional para uma aprendizagem formal eficiente da língua nativa.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.015-014