Resumo
A legislação define a família como responsável pela doação de órgãos e tecidos humanos, para fins terapêuticos ou de estudo e constitui um grande desafio no Brasil. Objetivos: Analisar e reunir a visão de diversas correntes religiosas e filosóficas sobre a doação, para compreender a possível influência na decisão de doar. Metodologia: Após revisão de literatura, que incluiu trabalhos publicados nos últimos 10 anos, entrevistas com líderes religiosos e representantes das diversas culturas foram realizadas. As entrevistas foram gravadas e disponibilizadas de forma gratuita nas redes sociais. Resultados e Discussão: O levantamento bibliográfico totalizou 92 estudos nas seguintes bases de dados: Lilacs/BIREME/BVS (41), Scielo (26), PubMed (4), Mendeley (21). Participaram das entrevistas representantes das seguintes religiões: católica, evangélica, pentecostal, espírita, umbanda, candomblé, judaica, budista, islâmica, fé bahá'í, e movimento hare krishna; além de um representante do ateísmo. Algumas crenças apresentam uma ressalva à doação sob a justificativa de que o corpo humano pertence à entidade criadora e deve completar o ciclo da vida retornando à terra (inumação). No entanto, os próprios entrevistados relatam que a solidariedade é justificada quando existe a possibilidade de preservar uma vida. A doação representa um ato altruísta relacionado à uma escolha individual. Conclusão: De modo geral, as religiões são favoráveis à doação, tratando-a com uma atitude benevolente e que pode salvar vidas. Tem como efeitos diretos a capacitação dos profissionais da saúde, promovendo a melhoria dos atendimentos da saúde.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2023.002-008