INOVAÇÃO ABERTA E GESTÃO DO CONHECIMENTO

Autores

  • Kleber Luís Celadon

Palavras-chave:

Gestão da Inovação, Gestão do Conhecimento, Inovação Aberta

Resumo

A utilização de ideias externas e internas para avançar o conhecimento é apontada como um fator que proporciona maior competitividade às empresas em geral. O fluxo de entrada e saída de conhecimento, parte integrante desse processo, envolve práticas que devem incentivar os participantes a explorar uma ampla gama de oportunidades de inovação por meio de múltiplos canais (WEST; GALLAGHER, 2006).

Diversos autores destacam que os processos de inovação não podem mais restringir-se ao know-how local ou interno, devendo priorizar profissionais capazes de maximizar sua eficácia, além de buscar fontes alternativas, como mercados ou spillovers de conhecimento (ACHA, 2006; CELADON, 2007; CHESBROUGH, 2003b; COHEN; LEVINTHAL, 1990; EASTERBY-SMITH; PRIETO, 2008; HOWELLS, 1996; NONAKA; TAKEUCHI, 1995; POLANYI, 1958). Um exemplo disso no setor de cosméticos é a busca por conhecimentos especializados e únicos – como os de perfumistas experientes –, frequentemente disponíveis em outros países. Adicionalmente, mercados emergentes podem ser explorados conforme mudanças nas conjunturas socioeconômicas.

Essa dinâmica exige interação e integração de conhecimento, relacionando-se ao conceito de Integração de Conhecimento (Knowledge Integration), definido como um processo de aprendizagem organizacional e considerado crítico para a competitividade das empresas.

Tanto a Inovação Aberta quanto a Integração de Conhecimento apresentam complementaridades, mas também dimensões sobrepostas – aspectos que ainda não foram comparados em estudos anteriores. Esses conceitos podem, inclusive, revelar-se antagônicos, demandando investigações que explorem essa relação. É preciso considerar, ainda, que a formulação estratégica pode influenciar formas e práticas organizacionais (PENROSE, 1959), assim como as dimensões críticas da inovação, como ofertas, presença no mercado, clientes e processos (SAWHNEY; WOLCOTT; ARRONIZ, 2006). Essa análise é particularmente relevante em indústrias de baixa e média tecnologia, ainda pouco estudadas.

O contexto econômico atual incentiva as empresas a adotarem mecanismos de Inovação Aberta e Integração de Conhecimento para alcançarem sucesso. Assim, esta pesquisa tem como objetivo investigar como as empresas articulam esses conceitos na prática. A economia brasileira ainda é amplamente sustentada por empresas de baixa e média-baixa tecnologia, o que torna essencial o estudo dessas organizações – e não apenas das empresas de alta tecnologia – para o desenvolvimento econômico futuro do país.

Foi realizada uma análise comparativa em um setor específico, o setor de cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumaria – doravante denominado simplesmente como setor/indústria de cosméticos neste trabalho.

DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2025.026-007

Publicado

2025-06-27

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