Hipertensão Arterial e retinopatia hipertensiva: Diagnóstico, tratamento e prevenção

Autores

  • Thalya Michels Sens
  • Anna Tereza Kulik Bertipalha
  • José Maria Teixeira de Oliveira
  • João Guilherme de Souza Ramos

Palavras-chave:

Hipertensão Arterial (HAS), Retinopatia Hipertensiva (RH)

Resumo

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial (HAS), é uma doença de caráter crônico, cuja incidência aumenta significativamente com a idade, representando um importante problema de saúde pública no Brasil. A hipertensão está associada a diversas complicações, como doenças cardiovasculares e retinopatia hipertensiva, que elevam os custos com tratamentos e reduzem a qualidade de vida dos pacientes. Fatores de risco como obesidade, sedentarismo, dieta rica em sódio, consumo excessivo de álcool e histórico familiar contribuem para o desenvolvimento da doença. Discutir sobre o assunto é essencial para promover a conscientização sobre a prevalência e controle da doença, pois diagnósticos precoces podem reduzir significativamente o risco de desenvolver complicações. METODOLOGIA: O presente estudo realizou uma avaliação abrangente da literatura existente sobre a Relação entre Hipertensão Arterial e retinopatia hipertensiva. A pesquisa utilizou publicações científicas e revisões de literatura como principais fontes de informação. Essas fontes foram acessadas por meio de bases de dados renomadas, como Pubmed, Scielo, LILACS e MedLine. A busca foi realizada utilizando os descritores” retinopatia diabetica” e "hipertensāo arterial ". Além disso, um total de dez artigos foram selecionados no período de 2019 a 2024. DISCUSSÃO: Pode-se observar nesse estudo que a Retinopatia Hipertensiva (RH) está diretamente relacionada ao controle da pressão arterial, dessa maneira evidenciando a importância de um manejo eficaz da hipertensão. Entre os pacientes hipertensos avaliados, 23% apresentaram sinais de RH, enquanto em normotensos a prevalência foi de 2,64%. Além disso, dentre pacientes hipertensos com pressão arterial não controlada 25,3% apresentavam retinopatia, em comparação com 12,2% dos pacientes com hipertensão controlada (p<0,01). A prevalência de RH foi mais alta em indivíduos acima de 60 anos (36,02%), com maior risco observado em pacientes de raça negra (OR=1,67) e nos que não seguiam tratamento adequado. Dessa forma, a RH se desenvolve a partir de alterações estruturais nos vasos retinianos induzidas pela pressão arterial elevada. Outrossim, ocorre vasoconstrição arteriolar mediada por mecanismos miogênicos e metabólicos, seguida de aumento da permeabilidade vascular, que resulta em edema e extravasamento de plasma na retina. Ademais, a progressão do quadro inclui esclerose das arteríolas retinianas, levando à formação de "fios de cobre" e "fios de prata", característicos da fase avançada da doença. Em casos graves, observam-se complicações como hemorragias retinianas, papiledema e oclusões vasculares. Além disso, o diagnóstico da RH é realizado com base em exame de fundo de olho, utilizando a classificação de Keith-Wagener-Barker (KWB), que divide a retinopatia em quatro estágios progressivos: desde o estreitamento leve das arteríolas retinianas (Grupo I), até a presença de papiledema (Grupo IV), que representa uma condição oftalmológica grave associada a maior mortalidade cardiovascular. Também foi possível observar que os estágios mais avançados (Grupos III e IV) foram predominantes em pacientes com hipertensão de longa data e não controlada, sugerindo uma correlação direta entre a gravidade da hipertensão e a extensão das lesões retinianas. Desse modo, o exame de fundo de olho com oftalmoscopia direta se mostrou uma ferramenta eficaz no rastreio precoce da RH, especialmente em pacientes com fatores de risco, como hipertensão não controlada e diabetes mellitus. Em suma, os resultados evidenciam a necessidade e a importância de um controle ferrenho da pressão arterial e acompanhamento oftalmológico regular em pacientes hipertensos, especialmente naqueles com fatores de risco, como diabetes e idade avançada. Por fim, a identificação precoce de condições adversas, pelo exame oftalmológico, pode contribuir para a prevenção de complicações mais graves, como perda visual irreversível A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um fator de risco significativo para várias complicações de saúde, incluindo lesões oculares como a retinopatia hipertensiva (RH). Este artigo aborda a importância do manejo adequado da pressão arterial (PA), as complicações associadas à HAS, e a relevância do diagnóstico precoce, com foco nas irregularidades vasculares e no impacto da hipertensão sobre a saúde O controle rigoroso da PA é crucial, especialmente em pacientes com condições como neuropatia óptica isquêmica, onde a redução da PA pode resultar em cegueira permanente. A importância da monitorização regular da PA é reforçada pela evidência de que a ausência de controle está associada ao desenvolvimento de RH. A intervenção precoce, por meio de consultas médicas frequentes, é fundamental para identificar alterações retinianas e promover a medicina preventiva. A equipe multiprofissional desempenha um papel vital no manejo clínico da HAS, promovendo um controle metabólico eficaz. A adesão a dietas saudáveis e a prática de atividade física são essenciais para prevenir complicações crônicas, sendo frequentemente exacerbadas por condições como diabetes mellitus (DM).

DOI: 10.56238/1stCongressSevenMultidisciplinaryStudies-017

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Publicado

2025-03-07