Correlação de Forame Oval Patente e Acidente Vascular Cerebral: Um relato de caso
Palavras-chave:
Forame Oval Patente, Acidente Vascular Cerebral, NeurologiaResumo
Introdução: O forame oval patente foi recentemente incluído como uma das possíveis causas de acidente vascular cerebral. Dessa forma, para sua investigação o exame de ecocardiografia transtorácica é indicado para orientação propedêutica. Objetivos: O trabalho tem como objetivo compreender a relação entre o forame oval patente que evoluiu com acidente vascular cerebral criptogênico. Métodos: Trata-se de um relato de caso, autorizado pelo paciente para publicação, respeitando questões éticas. As bases foram retiradas das plataformas de dados PubMed. O período da pesquisa foi de agosto de 2023, atendendo aos critérios de inclusão que foram artigos dos anos 2018 a 2023, na língua portuguesa e inglesa, textos online e em textos completos, foram utilizados os descritores em saúde. Resultados: Paciente, 49 anos, feminino, busca serviço em virtude de diplopia de início súbito, sem sintomas associados. Durante período de investigação paciente realizou ressonância magnética que evidenciou "lesão no bulbo do lado direito associada a ausência da artéria cerebral posteriorinferior sugerindo lesão de natureza isquêmica (AVC) subagudo". Foi iniciado antiagregante plaquetário e investigação etiológica, com hemograma, bioquímica, perfil lipídico, autoanticorpos e perfil tromboembólico e de imagem, todos sem alterações. Foi realizado um Ecocardiografia Transtorácica em que foi evidenciado a presença de forame oval patente (FOP) é indicada cirurgia para fechamento. Discussão: O FOP é um achado benigno na população pediátrica em que o septo primum e o septo secundum não se fundem deixando assim uma comunicação entre os átrios. Contudo o não fechamento fisiológico e anatômico dessa estrutura nos primeiros anos de vida pode acabar causando doenças. Em alguns casos, o acidente vascular cerebral criptogênico, em que a etiologia se torna pouco clara, pode ter sido causado pelo FOP. É necessária a confirmação da fisiopatologia, entretanto acredita-se que ocorra em decorrência de embolia paradoxal em que ocorre pela passagem de um trombo da circulação venosa sistêmica para a circulação arterial sistêmica através de um shunt da direita para a esquerda, dessa forma esse é capaz de atingir o sistema nervoso central e assim causar o AVC. O diagnóstico recentemente foi incluído nos protocolos de estudo de busca etiológica do AVC é composta por imagens cerebrais, aórticas e carotídeas, triagem cardioembólica, triagem para trombofilia, ECG com 12 derivações, Holter de 72 horas entre outros, e dessa forma foi acrescentado para a confirmação de FOP é realizada por meio de ecocardiograma transesofágico, é realizada a classificação associando condições anatômicas do FOP predispõem a embolia sistêmica. O estudo RoPE, avaliou as características clínicas de pacientes com AVC criptogênico e FOP, e propôs um escore de risco, estratificando pacientes pela idade e presença ou ausência de fatores de risco vascular. Conclusão: Conclui-se que a correta investigação diagnóstica para o AVC criptogênico é fundamental para o correto planejamento do tratamento e prognóstico.