Associação entre tempo de anóxia e marcadores de lesão renal aguda após cirurgia de revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea
Palavras-chave:
Anóxia, Lesão renal aguda, Revascularização do miocárdio.Resumo
O uso de circulação extracorpórea tem impacto na apresentação de lesão renal aguda após cirurgia de revascularização do miocárdio, com alteração clínica dos biomarcadores renais. Todavia, alterações renais após cirurgias cardíacas ainda não são completamente esclarecidas, possuindo múltiplos fatores de estudo, como o tempo de anoxia. Objetiva-se neste trabalho analisar a relação entre o tempo de anóxia com os marcadores de lesão renal aguda no pós-operatório de revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea. Trata-se de um estudo coorte, analítico, longitudinal, descritivo e retrospectivo, composto por 104 pacientes operados em São Luís do Maranhão. A lesão renal aguda foi caracterizada conforme os critérios da Kidney Disease: Improving Global Outcomes. Foram excluídos os pacientes com lesão renal crônica prévia e sem lesão renal aguda no pós-operatório. Foi utilizado o software Graph Prisma versão 8.0, com o teste de normalidade Shapiro Wilk e correlação de Spearman. Incluíram-se 23 pacientes na análise. Os dados de anóxia, creatinina e ureia no teste de Shapiro-Wilk não apresentaram distribuição normal (p = 0,0015, 0,0014 e 0,1423, respectivamente). Os coeficientes de correlação entre tempo de anóxia, níveis de creatinina e ureia foram 0,0521 (p = 0,813) e 0,111 (p = 0,958), respectivamente. Apesar da literatura destacar o impacto do tempo de circulação extracorpórea no desempenho renal, ainda que seja proporcional ao tempo de anoxia, os resultados deste estudo sugerem uma correlação fraca entre entre tempo de anóxia e biomarcadores renais de lesão renal após a cirurgia. Esses achados reforçam a complexidade da fisiopatologia da lesão renal aguda após revascularização do miocárdio, indicando a necessidade de uma abordagem multifacetada na compreensão dessa complicação. Além disso, destaca-se a importância da investigação contínua para melhor compreensão dos fatores envolvidos e aprimorar futuros diagnósticos, contribuindo para o avanço técnico científico no manejo perioperatório da cirurgia cardíaca.