Neisseria gonorrhoeae resistente a antimicrobianos: Uma ameaça à saúde pública

Autores

  • Gabriela Bisinotto Skaff
  • Bianca de Souza Lima
  • Gabriela Dezan Monção
  • Marcel Cicuto Ferreira do Carmo
  • Gabriela Mussato Salicio
  • Felipe Sanches Carneiro
  • Barbara dos Reis Dal Lago Rodrigues
  • Celso Dal Lago Rodrigues Neto
  • Jéssica Vanessa Iglesias Furlaneto
  • Victor Santos Coll

Palavras-chave:

Gonorreia, Infecção por Neisseria gonorrhoeae, Neisseria gonorrhoeae.

Resumo

A Neisseria gonorrhoeae é a segunda infeção sexualmente transmissível mais frequente e tem chamado atenção devido a baixa eficácia terapêutica. Todavia, ao longo do tempo o gonococo desenvolveu diminuição da suscetibilidade aos antimicrobianos, que resultou em resistência franca às classes, reduzindo as opções medicamentosas. Assim, o estudo tem como objetivo discutir a resistência do gonococo aos antibióticos, visando estimular debates acerca da temática. Para tal, selecionou-se 32 artigos das plataformas PubMed e Scielo. A gonorreia afeta membranas mucosas do trato genital inferior, reto, orofaringe e conjuntiva. Seu quadro clínico varia desde a ausência de sintomas, até episódios de salpingite, epididimite e conjuntivite neonatal. Levando a impactos sociais inquestionáveis. O Ministério da Saúde indica como tratamento a ceftriaxona e azitromicina. O uso de duas classes antimicrobianas baseia-se no fato de possuírem mecanismos de ação diferentes visando postergar o desenvolvimento de resistência. O gonococo foi descrito com alta susceptibilidade para muitas classes medicamentosas, sendo a primeira as sulfonamidas, no entanto, a bactéria demonstrou capacidade de desenvolver resistência. Tal fato se sucedeu com outros antibióticos, devido ao fato do gonococo possuir habilidade em alterar seu material genético com mutações que permitem adaptação e transformação em seu clico de vida. No Brasil, a primeira linhagem de gonococo resistente à penicilina foi isolada em 1985. Com o passar dos anos, a resistência se estendeu a outros antimicrobianos, como tetraciclina, anfenicois, macrolideos e quinolonas. Entre 2015 e 2016, a taxa de resistência à ciprofloxacina no país foi de 55,6%. Estima-se que 0,1% dos 80 milhões de casos de gonococo relatados ao ano são testados quanto à resistência antimicrobiana. Por fim, acredita-se que novas pesquisas devam focar na capacidade mutagênica da bactéria para esquivar-se dos mecanismos de ação dos antibióticos, sendo inviável apenas ampliar espectros de drogas ou associar medicamentos, visto que, seriam, apenas alternativas temporárias.

DOI: https://doi.org/10.56238/homeIVsevenhealth-009

Publicado

2024-06-05