Danos neurológicos associados a intervenções cirúrgicas em crianças na primeira infância
Palavras-chave:
Desenvolvimento Neurocognitivo, Anestesia Infantil, Intervenções CirúrgicasResumo
Introdução: As intervenções cirúrgicas em crianças durante a primeira infância têm gerado preocupações sobre os possíveis impactos adversos no desenvolvimento neurocognitivo. Estudos sugerem que a exposição a anestésicos gerais durante esses procedimentos pode resultar em alterações estruturais e funcionais no cérebro, afetando o desenvolvimento cognitivo e comportamental a longo prazo. Métodos: Esta revisão envolveu uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science, focando em estudos publicados a partir de 2015 que investigam os efeitos neurológicos de intervenções cirúrgicas em crianças até seis anos de idade. Os critérios de inclusão foram estudos originais, revisões narrativas, revisões sistemáticas e metanálises em inglês que abordassem a população pediátrica. Artigos que não focavam diretamente em crianças ou em procedimentos cirúrgicos relacionados ao sistema nervoso central foram excluídos. Resultados: Os estudos revisados indicam uma associação significativa entre a exposição à anestesia geral na infância e déficits neurocognitivos, como dificuldades de memória, aprendizagem e comportamento social. Evidências mostram redução no volume de matéria cinzenta em áreas críticas do cérebro e desempenho cognitivo inferior em testes de QI e habilidades de linguagem. No entanto, alguns estudos não encontraram efeitos adversos significativos, sugerindo a necessidade de mais pesquisas para esclarecer os fatores que modulam esses riscos, como o tipo de anestésico, a duração da exposição e a idade da criança. Conclusão: Embora existam evidências de que a anestesia durante a primeira infância possa estar associada a efeitos negativos no desenvolvimento cerebral, os resultados são inconsistentes. É necessário continuar a investigar os riscos e adotar estratégias para minimizar a exposição. A colaboração entre especialistas é crucial para garantir decisões clínicas informadas e o bem-estar das crianças.