Segurança aquática se aprende na escola: acompanhamento do nível de Conhecimento Preventivo de Afogamento dos escolares do Rio de Janeiro, Brasil

Autores/as

  • Marcelo Barros de Vasconcellos
  • Fernando Correa de Macedo
  • Caio Cesar Cardoso da Silva
  • Izabel Maria da Silva Sobral
  • Gabriele Oliveira Blant
  • Lívia Cristina Alves Viana
  • Catharina Cerboni Michel
  • Pietro Rodrigues Corrêa

Palabras clave:

Afogamento, Segurança na água, Crianças em idade escolar.

Resumen

Atividades educativas realizadas no ambiente escolar com foco na prevenção de acidentes aquáticos podem contribuir para evitar a morte prematura causada por afogamento, um problema mundial de saúde. Os objetivos deste estudo foram: comparar o nível de conhecimento preventivo de afogamento em crianças e adolescentes escolares do ensino fundamental e acompanhar as mudanças comportamentais em alunos que participaram da pesquisa no ano de 2022. A metodologia adotada foi de estudo longitudinal realizado em 2022-23 com estudantes crianças e adolescentes do Ensino Fundamental (5º, 6º, 7º e 8º anos) da rede pública, do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp UERJ) localizado no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. O total de alunos pesquisados em 2022-23 foi de 281, sendo 57 do 5°e 6º ano, 112 do 6º e 7º ano e 112 do 7º e 8º ano. Os estudantes responderam a um questionário estruturado que continha 20 itens sobre nível de Conhecimento Preventivo de Afogamento (CPA), divididos em três partes: a) correlacionar as figuras universais usadas nas placas para a prevenção aos textos que continham os seus significados (7 questões); b) fazer a relação entre as cores das bandeiras verde, amarela e vermelha que são usadas nas praias e o seu significado em relação às condições de banho (3 questões) e c): marcar verdadeiro ou falso em relação ao comportamento/atitude correta que deveria adotar no ambiente aquático a fim de evitar acidentes e prevenir afogamentos (10 questões). Os resultados mostraram que 98,5% dos alunos passaram a conhecer os significados das placas, e em alguns casos, por exemplo, 100% acertaram o significado da placa nº 2 que se refere ao telefone de emergência com aumento linear dos acertos em função da maior escolaridade. Quando comparados todos os alunos respondentes em 2022 e 2023 notou-se tendência de melhora na correlação certa a respeito da bandeira amarela, ao passar a prevalência de 92% para 93%, e em relação a bandeira verde de 91% para 95%. Já em relação a bandeira vermelha, a prevalência de acertos do seu significado se manteve igual, pois responderam adequadamente 93% dos alunos. Em relação ao dreno que aspira a água da piscina o resultado mostrou que os mais novos são os que menos conhecem sobre os riscos de colocar a mão no sistema de drenagem. No entanto, esses alunos foram os que mais melhoraram após essa intervenção com a prevalência de acertos passando de 77,2% para 86%. Quando analisados todos os alunos em 2022 em comparação 2023 notou-se melhora do nível de CPA passando de conhecimento preventivo bom para conhecimento preventivo excelente. Pode-se concluir que em todos os anos de escolaridade a intervenção foi eficaz a ponto de haver melhora no nível de conhecimento preventivo de afogamento, que passou de conhecimento preventivo bom para conhecimento preventivo excelente no período entre 2022 e 2023. A utilização diagnóstica e o monitoramento por meio do teste de CPA na escola são importantes e necessários para reforçar alguns valores e conceitos de segurança, além de reformular critérios de falsa segurança em algumas crianças e difundir o conhecimento da cultura da prevenção a acidentes em meios aquáticos, não só nas aulas de natação para quem participa de metodologias do tipo natação + segura, mas também familiares, professores e amigos que ajudam a criar uma rede de prevenção que pode ter início na escola.

Publicado

2023-10-23