EPIDEMIOLOGIA DA RAIVA EM CÃES NO BRASIL: DESAFIOS NO CONTROLE E PREVENÇÃO

Resumo

Objetivo: Analisar a epidemiologia da raiva em cães no Brasil, identificando os desafios no controle e prevenção da doença, com ênfase nas mudanças no perfil epidemiológico, na interação entre os ciclos urbano e silvestre e na eficácia das estratégias de vacinação e vigilância epidemiológica. A raiva é uma zoonose viral de alta letalidade, causada pelo gênero Lyssavirus, sendo historicamente associada à transmissão por cães domésticos. Com o progresso das campanhas de vacinação diminuiu consideravelmente os casos de raiva no ciclo urbano, enquanto o papel do ciclo silvestre, particularmente de morcegos hematófagos e canídeos selvagens, vem ganhando maior importância. A imunização contra a raiva ainda é a principal estratégia de controle, contudo, obstáculos como baixas coberturas vacinais, crescimento do número de cães errantes e falhas na notificação de casos complicam a eliminação da enfermidade. A interação entre cães domésticos e animais selvagens constitui um perigo para a reintrodução da raiva no ambiente urbano, demandando medidas conjuntas de controle populacional, educação e de novas estratégias, como a aplicação de vacinas orais em reservatórios silvestres. É essencial reforçar as políticas públicas, como intensificar as campanhas de vacinação para prevenir e erradicar a raiva no Brasil.