A internação psiquiátrica de menores na percepção dos profissionais de um serviço de emergência psiquiátrica

Resumo

A reestruturação do modelo assistencial no percurso da Reforma Psiquiátrica evolucionou uma política de atenção em saúde mental. Como consequência, tem-se também uma evolução no tratamento de crianças e adolescentes com transtornos mentais e o consequente aumento de internações nos últimos anos, geralmente por causa de comportamentos agressivos. Objetivo: Identificar as percepções dos profissionais de um serviço de emergência psiquiátrica sobre a internação de menores de idade. Método: Pesquisa descritiva, exploratória e de abordagem qualitativa. Foi realizada em uma unidade de emergência psiquiátrica de um hospital regional de grande porte do interior do estado de São Paulo. A obtenção dos dados ocorreu por meio de entrevista semi-estruturada. Os sujeitos de pesquisa foram dez profissionais, sendo dois enfermeiros, dois médicos, três auxiliares de enfermagem e três seguranças. O material transcrito das entrevistas foi analisado a partir da Análise de Conteúdo Temático de Bardin e suscitou duas categorias temáticas: 1) Sentimentos despertados frente à internação de menores e 2) Dificuldades enfrentadas pela equipe. Resultados: Os discursos revelaram que a internação dos menores desperta sentimentos variados, como impotência, senso de responsabilidade e raiva. Os sujeitos também relataram dificuldades para enfrentar a internação dos menores, principalmente relacionados à inadequação da estrutura física do local. Considerações Finais: Espera-se que o presente estudo proporcione a reflexão sobre a internação de menores na emergência psiquiátrica, com o intuito de estabelecer propostas de melhoria para a situação apresentada.