Práticas para semeadura direta em área de cerrado melhorado: Emergência, sobrevivência e crescimento inicial de espécies florestais

Resumo

Considerando que pesquisas sobre sobrevivência e crescimento das espécies florestais via semeadura direta no cerrado melhorado de Roraima ainda são escassas, esta pesquisa acrescenta informações para essa técnica com seis espécies florestais com relação a emergência, sobrevivência e incremento em altura e diâmetro de plantas ao longo de 18 meses. Diante do exposto objetivou-se indicar procedimentos para semeadura direta das espécies florestais arbóreas (pau-rainha, maçaranduba, freijó, jatobá, itaúba e mogno africano) em área de cerrado de Roraima, com utilização de leguminosas arbustivas, como forma de dispensar a formação e manejo de mudas em viveiro e permitir o estabelecimento de plantios florestais com custos reduzidos. Assim, na área experimental cada espécie, maçaranduba, freijó, jatobá, itaúba, pau-rainha e mogno africano em julho de 2021 foram semeadas distanciadas a cada 50 cm, na linha e distribuídas duas sementes na profundidade de até 1 cm conforme o tamanho da semente. O experimento ocupou uma área total de 4.500 m² e uma área útil com sementes semeada de 3.456 m², totalizando 648 sementes por espécie. O percentual de emergência foi avaliado as 120 dias após a semeadura, e a sobrevivência de plântulas após 6, 12 e 18 meses. Além disso, os incrementos em altura e diâmetro foram avaliados de 6 a 12 meses e de 12 a 18 meses. Das seis espécies florestais estudadas, apresentaram 2% (pau-rainha), 6% (mogno africano) e 53% (jatobá) de emergência de plântulas, sendo nesta última, o jatobá, a sobrevivência >80%, após 18 meses. Nesse mesmo período, Mogno africano e Pau-rainha apresentaram taxa de sobrevivência de 50%. A semeadura direta no cerrado melhorado de Roraima para o Jatobá é recomendada. O procedimento utilizado na promoção do incremento no diâmetro do caule (ΔDC) de plantas de jatobá oriundas de semeadura direta via sementes dos seis aos 18 meses é a aplicação de 3,0 t ha^-1 de calcário e 1,8 t ha^-1 de gesso agrícola no cerrado de Roraima, sendo uma espécie apropriada para estabelecimento de plantios florestais com custos de 1,55 reais por muda.