Carpintaria naval e saberes matemáticos: Um estudo sociocultural na Amazônia Tocantina – PA
DOI:
https://doi.org/10.56238/isevmjv2n4-007Palavras-chave:
Carpintaria naval, Saberes matemáticos, Práticas socioculturais, Amazônia Tocantina.Resumo
O texto aborda os saberes matemáticos presentes nas atividades socioculturais dos carpinteiros navais da região da Amazônia Tocantina, estado do Pará. Busca compreender como esses conhecimentos são adquiridos e aplicados na construção das embarcações e que relações têm com a matemática escolar. Utilizando-se de uma abordagem etnomatemática, o trabalho está fundamentado teoricamente em autores como: D’Ambrósio (2022); Knijnik (2004); Lucena e Fossa (2000); Pantoja (2015), Mendes e Farias (2014), entre outros. O trabalho destaca ainda a geografia e histórias do local de pesquisa e dos povos amazônicos-ribeirinhos. Os dados foram coletados por meio de observação e entrevistas com carpinteiros navais, detentores de saberes únicos e valiosos para a pesquisa. Os resultados indicam que os carpinteiros possuem diversos saberes sobre sua cultura, profissão e o lugar onde vivem, adquiridos empiricamente ao longo do tempo, através de experiências, erros e acertos. Os carpinteiros mais experientes possuem uma maior carga de conhecimento, devido ao contato e vivência prolongada com a profissão. Ao analisar os saberes matemáticos envolvidos na carpintaria naval, o estudo mostra aplicações de conceitos matemáticos no campo da Geometria, Álgebra e Aritmética, usados de forma empírica e transmitidos aos aprendizes ao longo dos anos. Esses conhecimentos são fundamentais para a construção de embarcações estáveis, seguras e de qualidade, e sua transmissão é essencial para a continuidade dessa prática sociocultural.