Vias dopaminérgicas e seus vícios: apostando com a dopamina
DOI:
https://doi.org/10.56238/isevmjv1n1-004Palavras-chave:
Jogos, jogos de azar, dopamina, receptores, cérebro.Resumo
Introdução: Na neurociência, sabe-se que a dopamina participa de funções como controle motor, aprendizado, recompensa e outras. Hoje, os jogos de apostas são entendidos como um comportamento recreativo predominante e podem mimetizar os efeitos de drogas psicoestimulantes. Estima-se que cerca de 5% dos adultos tenham problemas com jogos de azar, sendo a forma mais grave conhecida como jogador patológico. Dessa forma, objetiva-se analisar as vias da dopamina em contexto de vício em jogos de apostas, observando as alterações estruturais e químicas do cérebro. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica, em língua inglesa e portuguesa, nas plataformas científicas PubMed, Scielo e Nature, com foco nos últimos 3 anos sobre a temática abordada. Resultados: Foram encontrados dezenas de estudos e desses, três foram avaliados. Estudos apontam que comportamentos viciantes podem produzir alterações cerebrais correspondentes ao uso de drogas, por vezes, com redução na atividade elétrica da região pré-frontal, área responsável pela avaliação de riscos potenciais e inibição de impulsividades. Foi analisado o monitoramento da atividade de neurônios dopaminérgicos em macacos e observou-se que após receberem uma recompensa surpresa (suco), respondiam com alta liberação de dopamina. Porém, quando aprendiam que após certo estímulo fosse seguido de uma recompensa garantida, esses mesmos respondiam com menor ativação. Além disso, outro estudo mostrou que quanto mais intensa e recente fosse a atividade de jogo, maior a densidade de receptores de dopamina, já nos casos de privação do jogo, a densidade reduziria. Conclusão: Conclui-se que os jogadores patológicos não possuem anormalidades estruturais ou mutações em receptores que justificariam o vício. No entanto, evidenciou-se que apresentam dependência à liberação de dopamina, necessitando de concentrações cada vez maiores para os mesmos efeitos e que quanto maior a recompensa, maior a liberação. E mais, os jogos de azar mostraram ser um fator de risco para formação de outros vícios. Portanto, devem ser estimulados a diminuir sua frequência de forma gradual para evitar distúrbios oscilatórios, como síndrome da abstinência.
DOI: 10.56238/isevmjv1n1-004