CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA NO TRATAMENTO PRECOCE DO AUTISMO: UMA ANÁLISE DO MODELO DENVER
Palavras-chave:
Neurodesenvolvimento, Terapias comportamentais, Autismo, Desenvolvimento InfantilResumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição caracterizada por alterações significativas no desenvolvimento social, comunicativo e comportamental, exigindo intervenções terapêuticas especializadas e precoces. Dentre as abordagens que têm se destacado na literatura científica, o Modelo Denver de Intervenção Precoce (Early Start Denver Model – ESDM) emerge como uma proposta baseada em evidências, integrando princípios do desenvolvimento infantil, da análise do comportamento aplicada e das práticas naturalísticas. A Psicologia desempenha um papel central nesse contexto, ao compreender as necessidades específicas do desenvolvimento infantil e articular estratégias de intervenção que potencializem as competências cognitivas, sociais e comunicativas da criança com TEA. Este estudo teve como objetivo analisar a eficácia do ESDM no desenvolvimento de crianças com TEA, especialmente aquelas que se encontram sem diagnóstico confirmado ou aguardando tratamento especializado. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de caráter descritivo, com abordagem qualitativa, mediante revisão bibliográfica em bases nacionais e internacionais, tais como PePSIC, SciELO e PubMed, além de repositórios institucionais e dados governamentais. A escolha metodológica se justifica pela necessidade de reunir e sintetizar as evidências existentes sobre os efeitos do ESDM em diferentes contextos, ampliando o entendimento sobre a aplicabilidade do modelo em realidades diversas. Os resultados apontaram que a intervenção precoce com o ESDM promove benefícios significativos para o desenvolvimento global de crianças com TEA, mesmo quando aplicada em contextos de baixa intensidade, como ambientes escolares e familiares. Dentre os ganhos observados destacam-se a melhora da linguagem expressiva e receptiva, avanços na cognição, no comportamento adaptativo e na interação social, bem como a redução da gravidade dos sintomas característicos do espectro autista. Tais achados corroboram a importância de políticas públicas que favoreçam o diagnóstico precoce e a oferta de tratamentos especializados, reforçando o papel da Psicologia no delineamento de práticas terapêuticas que respeitem as especificidades do desenvolvimento infantil. Conclui-se que o ESDM é uma ferramenta eficaz no contexto da intervenção precoce, sendo fundamental para minimizar os impactos do TEA e promover a qualidade de vida das crianças e suas famílias. Recomenda-se, ainda, a realização de estudos adicionais no Brasil, a fim de fortalecer a base empírica nacional e ampliar o acesso a práticas baseadas em evidências no campo da Psicologia do Desenvolvimento.
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