EFEITOS COLATERAIS INVISÍVEIS: A AUDIÇÃO EM RISCO NA TERAPIA ONCOLÓGICA

Autores

  • Priscila Feliciano de Oliveira
  • Flávia dos Anjos Ferreira
  • Fabiana Camilo Nascimento
  • Matheus Expedito de Assis Santos
  • Raísla Larry dos Santos
  • Crislaine Ramos da Silva Batista
  • Suellen Santos Villela
  • Jefferson Oliveira Santana
  • Gyovanna Feitosa de Moura

Palavras-chave:

Câncer, Zumbido, Tontura, Perda auditiva

Resumo

A quimioterapia, especialmente com agentes derivados da platina, é reconhecida por seus efeitos ototóxicos, e pode provocar danos irreversíveis à função auditiva e vestibular. Este estudo teve como objetivo avaliar o perfil clínico e sociodemográfico de pacientes oncológicos e investigar a prevalência de queixas auditivas associadas ao tratamento quimioterápico. Trata-se de um estudo observacional, analítico, do tipo coorte com corte transversal, realizado em um hospital público de referência oncológica. A amostra foi composta por pacientes com idade superior a 18 anos e diagnóstico médico confirmado de câncer, excluindo-se indivíduos com doenças metabólicas, presença de metástases ou tratamentos oncológicos prévios. A coleta de dados foi conduzida por meio de questionário estruturado, aplicado oralmente, contendo 22 questões de múltipla escolha sobre identificação pessoal, histórico do câncer e manifestações auditivas. Participaram do estudo 96 indivíduos, com média etária de 54,14 anos; a maioria composta por mulheres com câncer de mama (31,5%), residentes na capital (42,2%) e sem escolaridade formal (51,8%). A análise revelou alta prevalência de sintomas auditivos após o início da quimioterapia: zumbido (78,1%), dificuldade auditiva (71,9%), otalgia (75%), tontura (68,8%) e prurido auricular (56,3%). A carboplatina foi utilizada em 31,6% dos casos, e 44,6% dos participantes estavam em curso de tratamento. Conclui-se que há elevada incidência de queixas auditivas entre pacientes em quimioterapia, o que evidencia a necessidade de monitoramento audiológico sistemático, dada a possibilidade de manifestação precoce de ototoxicidade antes mesmo da confirmação por exames audiológicos convencionais. O papel do profissional audiologista é essencial na vigilância clínica e na prevenção de agravos auditivos nesses pacientes.

DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2025.018-032 

Publicado

2025-05-13

Como Citar

EFEITOS COLATERAIS INVISÍVEIS: A AUDIÇÃO EM RISCO NA TERAPIA ONCOLÓGICA. (2025). Seven Editora, 493-505. https://sevenpublicacoes.com.br/editora/article/view/7114