DESIGUALDADES REGIONAIS NA INTERNAÇÃO POR CÂNCER DE BEXIGA NO BRASIL: IMPACTOS DO CUSTO HOSPITALAR, TEMPO DE PERMANÊNCIA E MORTALIDADE (2013-2023)

Autores

  • Luiz Vinicius de Alcantara Souza
  • Nathalia Aguiar Silva Jesus
  • Stefanie de Sousa Antunes Alcantara
  • Auro Del Giglio
  • Daniel de Iracema Gomes Cubero

Palavras-chave:

Câncer de Bexiga, Internação Hospitalar, Mortalidade Hospitalar, Disparidades Regionais, Gestão em Saúde

Resumo

Introdução: O câncer de bexiga representa a sétima neoplasia mais comum entre os homens e a décima quarta entre as mulheres no Brasil, sendo uma doença que afeta predominantemente o epitélio da bexiga urinária. As principais classificações histológicas incluem o carcinoma urotelial (de células de transição), o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. Diversos fatores de risco estão associados ao seu desenvolvimento, como idade avançada, etnia, tabagismo, exposição ocupacional a carcinógenos industriais, consumo de substâncias contaminadas por arsênio e histórico familiar da doença. Objetivo: Analisar a relação entre o custo médio de internação, o tempo médio de permanência hospitalar e a taxa de mortalidade por câncer de bexiga nas cinco macrorregiões brasileiras, no período de 2013 a 2023. Método: Trata-se de um estudo observacional de caráter ecológico, baseado em dados secundários obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), disponível no DataSUS. Foram analisadas informações sobre morbidade hospitalar, custos de internação e desfechos clínicos de pacientes hospitalizados com diagnóstico de câncer de bexiga. Resultados: A região Sudeste apresentou o maior número absoluto de internações, enquanto a região Norte registrou a menor frequência. O maior custo médio por internação foi observado na região Nordeste, ao passo que a região Norte apresentou o menor valor médio de hospitalização. Em relação ao tempo médio de permanência hospitalar, a região Norte liderou, concomitantemente à maior taxa de mortalidade entre as regiões analisadas. As demais regiões exibiram um tempo médio de internação em torno de 4,7 dias, com uma taxa média de mortalidade hospitalar aproximada de 6,5% ao longo do período estudado. Discussão: Os achados sugerem que a região Norte, apesar de apresentar o menor custo médio de internação, enfrenta maiores desafios relacionados à assistência hospitalar, refletidos em maior tempo de permanência hospitalar e maior taxa de mortalidade. Fatores como disponibilidade limitada de infraestrutura hospitalar, barreiras no acesso a tratamentos especializados e desigualdades socioeconômicas podem contribuir para esse cenário. Em contrapartida, a região Sudeste, apesar de apresentar custos médios similares aos da região Norte, exibe os melhores indicadores clínicos, sugerindo maior eficiência na gestão de recursos e maior acesso a cuidados especializados. A região Nordeste, embora registre os maiores investimentos em internações, não apresentou os melhores desfechos clínicos, possivelmente devido a diferenças estruturais na assistência à saúde e na qualidade do atendimento hospitalar. Conclusão: As disparidades regionais evidenciadas no estudo ressaltam a necessidade de investimentos direcionados para a melhoria da qualidade da assistência hospitalar, especialmente na região Norte, onde os indicadores de permanência hospitalar e mortalidade são mais elevados. O fortalecimento da infraestrutura hospitalar, a ampliação do acesso a tratamentos específicos e a otimização da gestão de custos são estratégias fundamentais para a redução das desigualdades regionais na abordagem hospitalar do câncer de bexiga no Brasil.

DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2025.011-003 

Publicado

2025-03-24

Como Citar

DESIGUALDADES REGIONAIS NA INTERNAÇÃO POR CÂNCER DE BEXIGA NO BRASIL: IMPACTOS DO CUSTO HOSPITALAR, TEMPO DE PERMANÊNCIA E MORTALIDADE (2013-2023). (2025). Seven Editora, 30-45. https://sevenpublicacoes.com.br/editora/article/view/6831