Resumo
Este estudo objetivou avaliar a incubação de ovos de tambaqui como indicador ecológico em berçários naturais, em exposição a defensivos agrícolas e como indicador da qualidade da água. Foi realizada indução de fêmeas e machos de tambaqui. Após fertilização, os ovos foram separados para realização de três ensaios: (i) incubação de ovos em águas de ambientes urbanos e naturais, (ii) incubação em diferentes concentrações de glifosato, malationa, e de casugamicina, considerados defensivos agrícolas, e (iii) com exposição de ovos incubados em diferentes concentrações de amônia total. Em todos os ensaios, o delineamento foi inteiramente casualizado, com cinco repetições. (i) A análise de variância indicou que a taxa de eclosão foi maior na água do rio Solimões, e as menores foram nos córregos igarapé do Paraíba e do Buriti (p<0,05), considerado poluídos. (ii) O tratamento com água de incubação com 0.0 mg L-1 de glifosato, malationa e casugamicina apresentou as melhores taxas de fertilização, eclosão e sobrevivência (p<0,05). (iii) A taxa de fertilização e a taxa de eclosão dos ovos de tambaqui foram maiores (p<0,05) em água contendo entre 0,0 e 3,5 mg L-1 de amônia total. A sobrevivência das larvas foi maior (p<0,05) em águas contendo concentração entre 0,0 e 2,0 mg L-1 de amônia total. Os resultados indicaram que a melhor água natural para incubação dos ovos é do rio Solimões. Foi verificado que todos os defensivos agrícolas apresentaram toxidade na fase de incubação dos ovos de tambaqui. Por último, concentrações de até 2,0 mg L-1 de amônia total não apresentaram implicações nos ovos de tambaqui.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2024.032-026