Resumo
Esta investigação visa analisar a alteridade, a partir da tese da consciência não-intencional de E. Levinas. O filósofo francês é um representante importante das discussões sobre alteridade ao longo do século XX, além de ser um crítico do enquadramento ontológico que coisifica o ser humano. Muitos estudiosos reconhecem o discurso político do autor, em virtude de suas experiências nos campos de concentração, paralelo às suas reflexões sobre alteridade. Contudo, poucos se atentam para as bases fenomenológicas da subjetividade passiva na sua filosofia. Este trabalho procura evidenciar o momento em que Levinas reconhece na consciência não-intencional a possibilidade de deposição da soberania do eu. Ora, no momento em que o eu é surpreendido pelo Outro, que lhe é externo, deve a ele uma resposta.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.037-059