Resumo
O carvão vegetal é utilizado em sua maior parte na produção de ferro-gusa e aço e, também, na produção do carvão vegetal ativado. A exploração de madeira para fins energéticos tem fomentado a redução da vegetação nativa e, ainda, propiciado consequências para a fauna, flora e solo. O carvão vegetal é produzido a partir de florestas plantadas, destacando o Brasil como único país a utilizar fonte renovável no setor siderúrgico. Assim, o objetivo consistiu em analisar a qualidade do carvão vegetal produzido a partir das espécies do bioma Cerrado (Tachigali vulgaris, Myracrodruon urundeuva e Amburana cearensis) para fins energéticos e para a produção de carvão vegetal ativado, visando contribuir para práticas sustentáveis na utilização de fontes renováveis. Para análise das propriedades físicas do carvão, determinou-se a densidade, a porosidade e o teor de umidade, para as propriedades químicas a composição química (percentual de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e enxofre), poder calorífico, teor de voláteis e cinzas, potencial hidrogeniônico (pH) e teor de carbono fixo e, quanto aos aspectos biológicos a decomposição, microrganismos e impacto ecológico. Dentre os carvões vegetais das espécies analisadas, destaca-se, principalmente, a espécie Myracrodruon urundeuva que apontou os maiores valores de rendimento vegetal e densidade energética, em seguida a espécie Amburana cearensis e, por fim, a espécie Tachigali vulgaris. O estímulo ao uso do carvão vegetal reflete benefícios de cunho econômico, ambiental e social para o país, sendo que o ambiental se faz relevante, diminuindo o consumo de fontes não-renováveis e emissões de gases de efeito estufa.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.032-014