Resumo
Este artigo revisa a literatura sobre crises epilépticas e epilepsia, destacando a complexidade e a importância clínica dessa condição. Embora se estime que 8 a 10% da população experimente ao menos uma crise epiléptica durante a vida, apenas 1 a 2% recebe um diagnóstico formal de epilepsia, o que evidencia lacunas significativas no reconhecimento e na detecção precoce, especialmente em crises de menor visibilidade. As crises epilépticas são uma das principais causas de atendimentos em serviços de emergência, o que ressalta a urgência de protocolos eficazes de triagem. A diferenciação entre crises provocadas e sintomáticas é fundamental para o manejo adequado, já que crises provocadas geralmente têm menor risco de recorrência. A avaliação do risco de novas crises, especialmente em pacientes com histórico de lesões neurológicas, é crucial na abordagem inicial. O manejo da primeira crise epiléptica deve ser meticuloso, incluindo uma anamnese detalhada e a realização de exames complementares, como eletroencefalograma e neuroimagem. O tratamento inicial prioriza a segurança do paciente, utilizando benzodiazepínicos em crises agudas, seguido de uma avaliação cuidadosa para o início de terapia anticonvulsivante a longo prazo, conforme a natureza das crises. O artigo enfatiza a relevância da adesão ao tratamento e propõe uma abordagem multidisciplinar, envolvendo não apenas neurologistas, mas também outros profissionais de saúde. A educação contínua e o suporte psicológico são essenciais para melhorar a adesão e a qualidade de vida dos pacientes. A revisão ressalta a necessidade de um diagnóstico preciso e um manejo apropriado das crises epilépticas, propondo protocolos de triagem eficazes e intervenções adequadas para otimizar os resultados clínicos e sociais dos indivíduos afetados.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.021-013