Resumo
A ventilação não invasiva (VNI) mostrou-se promissora, no contexto de insuficiência respiratória aguda, uma vez que inibe a progressão do quadro clínico leve a moderado, poupando, por vezes, a necessidade de ventilação invasiva. Uma das interfaces de destaque, muito utilizada no cenário da pandemia por covid-19, foi o dispositivo helmet – capacete de material transparente que envolve a cabeça do paciente como um reservatório de ar. Apesar do amplo uso, a literatura médica é pouco explorada quanto às vantagens e indicações clínicas de uso desse dispositivo. Por tais motivos, a presente revisão de escopo tem por intuito elucidar com base nas evidências clínico-científicas atuais os principais conceitos, vantagens e desafios envolvidos acerca da VNI, tendo como enfoque o dispositivo helmet. De acordo com as orientações do Joanna Briggs Institute, a busca se deu na base de dados MEDLINE/PubMed. Após aplicados os critérios de elegibilidade, respaldados na metodologia PRISMA, foram incluídos 33 artigos que foram sumarizados e contemplados por pares de forma independente. Nesta revisão foi verificado que a VNI, por meio do dispositivo helmet, com a possibilidade de uso de pressão positiva nas via áreas, é segura e pode reduzir a necessidade de ventilação invasiva, compondo uma opção importante de oxigenioterapia, além de ter o uso viável mesmo fora do ambiente de cuidados intensivos. Persiste a discussão de quais seriam os pacientes que se beneficiariam desse dispositivo, assim como o momento clínico oportuno a se indicar esse suporte ventilatório, demonstrando uma temática importante a ser explorada em futuros ensaios clínicos.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.030-002