Resumo
O presente trabalho faz algumas reflexões sobre o romance Candunga (1954), de Bruno de Menezes (1893-1963), escritor negro, pobre e nascido na periferia de Belém (PA), que usou a literatura, o cooperativismo e o sindicalismo como forma de resistência e luta em prol de uma sociedade justa e igualitária. O livro resguarda as principais características da segunda geração modernista, como as temáticas sociais, dialogando com outras obras desse período, mas o autor paraense e sua produção não obtiveram o destaque necessário pelo cânone. Este artigo visa demonstrar a importância da narrativa e de seu autor, evidenciando-os com características universais, cuja classificação perpassa o regionalismo. As reflexões aqui propostas trilham pela natureza utópica do romance de Menezes que se destaca pelo teor libertário e revolucionário, bem como os conceitos de sedenarrativa e aquonarrativa que emergem do texto. Para essa discussão, alguns autores foram evocados: Bosi (1994); Cândido (2006); Jobim (2020; 2021); Eagleton (1976); Leão e Campos (2021); Lukács (2000); Nunes (2001; 2004) entre outros. Enfim, este trabalho tem como principal base de análise a metodologia qualitativa e envolve pesquisas bibliográficas, cujas informações apontam a importância do romance em tela e de seu autor para o cenário literário amazônico e brasileiro.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.029-038