Resumo
No atual contexto da educação, a (in)visibilidade do/a professor/a homossexual continua a ser uma questão complexa e muitas vezes negligenciada. Este estudo apresenta como objetivo geral levantar as representações de professores/as da Educação Profissional de uma instituição renomada do Estado de São Paulo sobre a homossexualidade de professores/as dentro do ambiente acadêmico. O delineamento dessa pesquisa se deu por meio de uma pesquisa bibliográfica. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e descritiva. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário, composto por 03 perguntas abertas, aplicado através do formulário Microsoft Forms aos professores/as, estruturado em consonância com o referencial teórico e os objetivos traçados para essa investigação. Para tanto, participaram desta pesquisa 80 profissionais atuantes na educação profissional, sendo assim descritos: 80 professores/as (denominados de P01 a P80) em diferentes posições hierárquicas de 15 Escolas Técnicas Estaduais contemplando dois Núcleos Regionais do Estado de São Paulo. O primeiro questionamento realizado aos participantes foi se é ou não possível identificar um/a professor/a homossexual que não é autodeclarado. Para 36 (45%) dos participantes, é possível identificar uma pessoa homossexual, 23 (29%) afirmam que não, 20 (25%) apontam que talvez consigam identificar, e apenas 1 (1%) diz não saber responder. O segundo questionamento se refere as representações dos participantes acerca dos/as professores/as homossexuais autodeclarados/as no ambiente escolar, neste sentido, 58 participantes defendem que os/as professores/as homossexuais autodeclarados/as são iguais aos/as professores/as heterossexuais em todos os sentidos, inclusive merecem respeito como qualquer ser humano. A competência profissional do/a professor/a é considerada o fator mais importante para nove pessoas. Quando questionados sobre o fato de um/a professor/a ser homossexual assumido/a pode vir a causar algum tipo de desconforto, constatamos que a maioria 67 (84%), diz não causar nenhum desconforto, 5 (6%) afirmam que sim, e 8 (10%) relatam que talvez. Em suma, os principais desafios e consequências da (in)visibilidade do/a professor/a homossexual no contexto acadêmico incluem a discriminação e preconceito velados ou explícitos por parte de colegas, alunos/as e até a gestão acadêmica, o que pode afetar seu bem-estar emocional e profissional. Além do mais, a invisibilidade pode limitar as oportunidades de progressão na carreira para professores/as homossexuais, como acesso a cargos de liderança, financiamento para pesquisa e reconhecimento acadêmico.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.027-009