Resumo
O manejo cirúrgico das emergências associadas ao câncer colorretal é complexo e desafiador, afetando até um terço dos pacientes com essa condição. Complicações como obstrução intestinal, perfuração e sangramento são comuns e frequentemente envolvem estadiamento avançado e características desfavoráveis do tumor, o que pode elevar a morbidade e a mortalidade. Este artigo revisa a literatura sobre estratégias cirúrgicas para essas emergências, analisando estudos publicados entre 2000 e 2024. A obstrução intestinal, que pode ocorrer em até 29% dos pacientes, exige decisões rápidas, com abordagens variando conforme a localização: obstruções proximais à flexura esplênica geralmente são tratadas com ressecção ileocólica direita e anastomose, enquanto obstruções distais podem requerer colostomia em alça ou ressecação de Hartmann. A perfuração e o sangramento gastrointestinal são críticos e demandam cirurgia urgente para evitar complicações graves, como peritonite e choque séptico. A tomografia computadorizada (TC) desempenha um papel crucial no planejamento cirúrgico devido à sua alta sensibilidade e especificidade. A laparoscopia, embora ainda menos utilizada em situações emergenciais, apresenta vantagens em termos de menor perda sanguínea e recuperação mais rápida em comparação com a cirurgia aberta. No entanto, sua eficácia em emergências requer mais validação. A abordagem cirúrgica deve ser personalizada, levando em consideração a localização do tumor, o estado clínico do paciente e os recursos disponíveis para otimizar os resultados clínicos e oncológicos.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.021-009