Resumo
A morte materna ocorre no período gravídico puerperal devido a causas diretamente ligadas às condições gestacionais ou por causas indiretas decorrentes de condições maternas pré-existentes que se agravam em decorrência da gestação. A pandemia pelo corona vírus representou um desafio para a assistência em saúde. A consequência disso foi o aumento considerável da Razão de Mortalidade Materna, alcançando valores alarmantes no período de pico da pandemia. Este estudo objetiva identificar as principais causas de morte materna, quais regiões brasileiras obtiveram os valores mais elevados de óbitos e qual o período do ciclo gravídico-puerperal que estas mortes ocorreram. Trata-se de um estudo ecológico descritivo e quantitativo analítico construído por meio de dados do Sistema de Informação do DataSus no período de 2019 a 2022. A RMM aumentou significativamente durante a pandemia, especialmente em 2021. As regiões Sudeste e Nordeste registraram os maiores números de óbitos maternos. As causas de mortalidade materna se dividiram em diretas (complicações da gravidez, parto ou puerpério) e indiretas (condições pré-existentes agravadas pela gravidez), com um aumento notável nas causas indiretas durante a pandemia. As taxas de mortalidade materna foram mais altas entre mulheres de 20 a 39 anos, destacando uma vulnerabilidade significativa nessa faixa etária. As desigualdades regionais e socioeconômicas foram fatores críticos, com mulheres negras apresentando as maiores taxas de mortalidade. A falta de acesso a cuidados de saúde adequados durante a pandemia exacerbou a situação, impedindo cuidados pré-natais, durante o parto e no puerpério, essenciais para a saúde materna.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.018-072