Resumo
Introdução: A Leishmaniose Visceral é uma doença parasitária transmitida por flebotomíneos, causando febre, perda de peso e inflamação do baço. Identificada em 1903, sua disseminação global é influenciada por fatores socioeconômicos e ambientais. Os parasitos responsáveis por essa doença são protozoários tripanosomatídeos que pertencem ao gênero Leishmania. Os vetores são flebotomíneos, prinicpalmente da espécie Lutzomyia longipalpis infectados por Leishmania chagasi. Conhecidos popularmente como mosquito palha, se reproduzem em áreas ricas em matéria orgânica. O ciclo evolutivo de Leishmania chagasi é heteroxênico, envolvendo hospedeiros vertebrados como canídeos, marsupiais ou humanos, e hospedeiros invertebrados, que são os insetos flebotomíneos. Inicialmente, a Leishmaniose Visceral pode ser assintomática ou apresentar febre prolongada, perda de peso, fraqueza e anemia. Em seguida, surgem sintomas como aumento do baço e fígado, palidez, febre intermitente e comprometimento do sistema imunológico. Na fase avançada da infecção, ocorrem complicações graves como hemorragias, infecções secundárias, anemia profunda e insuficiência hepatoesplênica. O diagnóstico da Leishmaniose Visceral envolve uma série de abordagens clínicas, laboratoriais e epidemiológicas. O tratamento da Leishmaniose Visceral no Brasil é feito com compostos antimoniais pentavalentes, como o antimoniato N-metil glucamina, administrados por via endovenosa ou intramuscular. Algumas contraindicações incluem insuficiência renal ou hepática, gravidez nos dois primeiros trimestres e pacientes em uso de beta-bloqueadores ou antiarrítmicos. As medidas preventivas devem ser feitas em ambientes individuais e coletivos. Essas medidas incluem o uso de repelentes, evitar a exposição nos horários em que os vetores estão mais ativos, manejo ambiental, poda de árvores, limpeza dos abrigos de animais domésticos, entre outros. A Leishmaniose Visceral representa um desafio complexo de saúde pública. Compreender o ciclo do protozoário, os métodos de diagnóstico e opções de tratamento é crucial para o controle eficaz da doença.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.016-004