Resumo
A cultura de um povo se mede pelo que ela produz enquanto manifestação, material ou imaterial de suas expressões cotidianas, sejam elas simbólicas, discursivas ou no espectro de uma economia doméstica que tem sua essência fundada como molde de expressão da cultura e da identidade do lugar. Com isso, neste trabalho procuramos compreender a forma de classificação do solo de acordo com o uso e destinação desse solo para a produção das cerâmicas na Comunidade Quilombola os Rufinos no município de Pombal-PB. O estudo dos nomes locais de solos pode colaborar para o avanço do conhecimento formal, bem como para a elaboração de estratégias socialmente apropriadas de manejo. Se um(a) quilombola denomina alguns solos com base nas características da camada arável isso não quer dizer que, necessariamente ele(a) desconheça o que está abaixo dessa camada. A etnopedologia possibilita o diálogo entre o conhecimento popular e o conhecimento técnico científico, debatendo a conexão de saberes do que já sabemos e o que ainda podemos aprender. O conhecimento popular origina-se da experiência pessoal de cada indivíduo, transmitido de uma geração para outra, por meio de fatos, histórias e argumentos, por meio do convívio diário com as variações do clima, vegetação e solo. Buscando compreender os recursos naturais por um olhar menos técnico, porém suficiente para o desenvolvimento de suas atividades. Assim, nesse trabalho, foi possível descrever um perfil de solo de acordo com as condições de uso da comunidade e também de acordo a sociedade científica.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.010-069