Resumo
A saúde mental sempre foi um tema relevante, porém a notoriedade adveio com o caso da ginasta Simone Biles e a sua decisão em não disputar os Jogos Olímpios em Toquio. O caso da ginasta não é uma situação isolada, visto que já foi vivenciada pelos atletas Gabriel Medina, tricampeão mundial de surfe, bem como pela tenista Naomi Osaka, pela atleta de basquetebol Liz Cambage e outros tantos. Estudos revelam que as doenças mentais são as principais causas de incapacidade, acometendo quase um bilhão de pessoas no mundo e apesar da grande incidência, são escassos os acessos ao diagnóstico e tratamento, para atletas e população em geral. Se por um lado, o exercício físico é reconhecido como uma ferramenta eficaz na redução do estresse, dos sintomas depressivos, da ansiedade geral e social e da solidão (FOSSATI et al, 2021), por outro, a pressão exercida nos ambientes esportivos pode ser um impulsionador de sintomas da doença. Diante da alta incidência de transtornos mentais em atletas e o reduzindo número de pesquisas sobre as diretrizes para a promoção da saúde mental no esporte, neste capítulo foram analisados os modelos japonês, australiano e o consenso internacional de psiquiatria do esporte, a fim de destacar o que vem sendo realizado e identificar princípios que se adequam ao cenário multicontextual de prática esportiva brasileira. Ao verificar os achados, entende-se que o modelo brasileiro poderá iniciar com a capacitação das equipes interdisciplinares e atletas, de modo a que estes possam reconhecer sintomas e sinais da fragilidade de sua saúde mental e terem poder de decisão sobre os passos seguintes a identificação, porém são necessários mais estudos para a validação de um modelo que mais se adeque a realidade de cada região e das possibilidades financeiras dos cenários apresentados.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.012-047