Resumo
A criação da escola moderna, como espaço dedicado à educação, sem dúvida, é um ganho relevante para o modelo europeu de sociedade, especialmente a fundamentada nos ideais iluministas. Por ela, os Estados passaram a organizar o tempo dedicado aos estudos e formatar meios didáticos e pedagógicos para promoverem a aquisição dos conhecimentos, considerados imprescindíveis para a promoção sociocultural dos indivíduos, em superação a visão medieval, mas, também, para a adaptação às demandas produtivas advindas do processo de industrialização. Considerando o espaço institucional formativo, o presente ensaio visa refletir sobre as expressões espontâneas dos (as) estudantes, colhidas em folhas de flip chart. A análise consiste em compreender o que se oculta do currículo escolar e se apresenta como determinação sociocultural na organização da vida e na aceitação dos valores historicamente constituídos. A base teórica que fundamenta o ensaio é a Teoria Crítica. Metodologicamente, verificou-se as expressões registradas nos meses de maio a setembro, tendo como categorias de análise os conceitos de formação, pseudoformação, cultura de massa e sociedade do consumo. Decorrente da análise, o ensaio expõe a organização escolar e o currículo como terrenos de disputas político-econômica e como meio de ajustamento sociocultural aos padrões determinados pelos mecanismos de controles. Evidencia-se a implícita correlação entre a educação e a instrumentalização racional em favor de uma dinâmica produtiva e consumista, inculturada nas expressões coletadas.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.013-001