Resumo
Este estudo investiga os conhecimentos tradicionais e culturais dos camponeses na produção agrícola, especialmente os saberes empíricos. Foca em contribuições para as teorias dos Movimentos Sociais, considerando a disputa no campo do conhecimento e as resistências às produções empíricas em áreas de assentamentos da Reforma Agrária. Os objetivos incluem analisar concepções de educação do campo, identificar práticas tradicionais camponesas e analisar como o MST concebe e se recria a partir do conhecimento tradicional. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e de campo, cujo referencial teórico está alicerçado em autores como Caldart (2009; 2012), Freire (1987) e Santos (2007). A pesquisa de campo, realizadas com as lideranças do MST e camponeses do Assentamento 25 de Maio e do Assentamento Dom José Gomes do município de Chapecó/SC, destacou a evolução das técnicas de produção, aliadas à tecnologia e ao fortalecimento das cooperativas, melhorando as condições de vida nos assentamentos. As entrevistas com indicaram um problema de não sucessão familiar nos lotes de assentamentos, levando ao êxodo rural e à formação de mini latifúndios. Apesar disso, os assentamentos mantêm experiências de resistência e produção de alimentos saudáveis, como a feira do pequeno agricultor em Abelardo Luz. Foram observadas, no decorrer da pesquisa, experiências de produção que evitam o uso de produtos químicos e técnicas agressivas ao solo, mostrando que é possível ter renda sem aderir ao modelo convencional de produção, valorizando a natureza como parte essencial da vida.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.010-058