Resumo
Baseado no questionamento do porquê ocorre procura de pacientes não urgentes a um Serviço de Emergência (SE) essa revisão bibliográfica demonstrou que o problema não é um privilégio brasileiro e sim de contexto global. Enfatizando o fato de a triagem realizada não estar baseada somente em critérios clínicos sendo influenciada por questões sociais, ou mesmo porque, para o paciente, o seu problema necessita de tratamento imediato. A falta de acessibilidade à atenção especializada, a dispersão geográfica, a desconfiança devido à deterioração da relação médico-paciente, a falta de educação em saúde entre a população e a cultura do imediatismo são as principais causas do aumento do comparecimento aos serviços de emergência hospitalar por iniciativa própria. A definição de ´´não urgente`` é variável e que geralmente ela está associada à condição econômica e social do indivíduo alegando também que a ida até a emergência se deve à comodidade dele se encontrar perto do local de moradia e estar aberta 24h por dia. Essas consultas (levantamento médio é de 2/3 dos pacientes não se enquadrarem como urgência) causam dano tanto para a população que necessita de fato do SE quanto para os prestadores de cuidados à saúde pela superlotação do sistema. Sua resolução é complexa pois passa desde investimentos em serviços de atendimento ambulatorial mais eficientes até conscientização da sociedade do que realmente é uma urgência.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.006-036