Resumo
Na Amazônia brasileira existem poucos estudos relacionados ao perfil epidemiológico de enteroparasitismo, principalmente no que tange populações ribeirinhas. Por essa razão, foi realizado um estudo retrospectivo em cinco comunidades ribeirinhas do Município de Coari, no médio Solimões-Amazonas, em um universo amostral de 256 indivíduos. Os resultados do estudo evidenciaram uma positividade de 67,57%, sendo o quadro de monoparasitismo pela espécie Ascaris lumbricoides o mais frequente. A análise das variáveis epidemiológicas relacionadas à infecção enteroparasitária, demostrou significância estatística (p < 0.05) para canalização da água, tratamento da água de consumo, esgoto sanitário e renda familiar inferior a um salário mínimo, sugerindo que a elevada prevalência pode estar associada às más condições econômicas e sanitárias em que vivem as populações ribeirinhas da Região Amazônica. Desse modo, considerando que a elevada prevalência tem relação direta com as precárias condições sanitárias, habitacionais e aspectos econômicos em que vive os ribeirinhos, enfatiza-se a necessidade de uma política sanitária de combate a estas infecções, respeitando – se as peculiaridades culturais destas populações visando o engajamento comunitário, a fim de se implementar e desenvolver com sucesso os programas de controle desses quadros parasitários.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.012-006