Resumo
O presente trabalho tem o intuito de buscar metodologias e intervenções através do trabalho autoetnográfico da presente pesquisadora, universitária e mãe de uma criança autista não verbal, de 5 anos, para auxiliar alunos, com esta condição, na superação de obstáculos, desenvolvimento da socialização, da fala, tendo como tema gerador, o ensino de Ciências. O método utilizado foi a etnografia da prática escolar, um método etnológico para não-antropólogos com objetivos educacionais. Baseia-se em revisão de literatura científica e educacional, entrevistas e trabalho de campo. Foram elaboradas as seguintes práticas de ensino, a seguir. Uso dos aplicativos: (1) Tiny puzzle (jogo da memória; sopa de letrinhas c/ alfabeto completo; associação de sons dos animais c/ sua forma); (2) Silabando (formar silabas; aprender a forma das letras; formar palavras simples com silabas). Foram, ainda, elaborados os seguintes jogos educativos: (1) Dinâmica com ímã alfabético; (2) Dinâmica 'A praia’; (3) Dinâmica das frutas e legumes; (4) Livro “Texturas da Natureza’; (5) Descobrindo o ciclo da vida; (6) Utilizando brinquedos prontos. Por fim, a pesquisadora fez observação participante no evento municipal: 'O autismo em nossas vidas’. Voltado para pais, mães e responsáveis de filhos com transtorno do espectro autista (TEA). Como resultados percebeu-se que após estimular as suas habilidades com as dinâmicas descritas, o participante da pesquisa com TEA passou então a ter uma nova habilidade, o hiperfoco passando a pedir para identificar as palavras para ele e falar as letras que formam essas palavras. Esse comportamento ocorre em vários locais como as embalagens de alimentos, placas na rua, em sua escola ou em casa. Por fim, o trabalho estabeleceu uma forma de comunicação não-verbal entre a criança e a mãe-pesquisadora, possibilitando comunicação da criança autista, aprendizagem do mundo que o cerca e alfabetização-letramento. Quanto a mãe-pesquisadora, a presente pesquisa possibilitou o acesso a eventos científicos e sociais voltados as famílias com membros com TEA, realização de uma iniciação científica voluntária, elaboração de um trabalho de conclusão de curso, e conclusão do curso de graduação, promovendo com maestria, novos horizontes a essa família tão capaz, que tão pouco necessita de acesso, desde meios de comunicação (verbal, não-verbal) até direitos fundamentais a Educação da criança, e da mulher.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.009-017