Resumo
Este artigo apresenta uma visão do projeto vigente no âmbito educacional denominado “Programa de Escolas Cívico-Militares (PECIM) na Amazônia Legal (AL)”, tendo como referência a atuação do Estado investindo na gestão compartilhada com as forças armadas e auxiliares para atender as escolas classificadas em áreas de vulnerabilidade social. O PECIM foi implantado em 2020 e alcançou, no cenário nacional, um expressivo número de instituições escolares que decidiram adotar o modelo. Até o final de 2022, foram contabilizadas 49 escolas na AL. A concepção pedagógica que privilegia a doutrinação militarizada em áreas tidas em vulnerabilidade social é uma proposta educacional do Estado nacional, que expõe os interesses político-ideológicos na região. A análise documental foi a proposta utilizada para extrair informações dos documentos legais que orientam o PECIM dentro de uma abordagem metodológica qualitativa para referenciar os marcos históricos que contextualizam o papel do Estado nacional numa perspectiva crítico-reflexiva sobre combate à violência nas comunidades escolares e a ascensão da narrativa militar como projeto político educacional numa perspectiva hegemônica. A região que convive com crimes ambientais e a ascensão do crime organizado, vê a participação militar ampliar suas funções, estabelecendo um projeto de poder tendo a educação como pilar.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.009-014