Resumo
Introdução: No Brasil, a escassez de órgãos captados para transplante mostra-se uma frustrante realidade. Há diversos fatores responsáveis por essa situação. O presente estudo tem como objetivo analisar o perfil das captações de órgãos do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), Rio Grande do Sul, Brasil. Métodos: Estudo transversal retrospectivo em base de dados. Foram avaliados dados referentes a captação de órgãos de doadores admitidos no HPSC, além de dados do Centro Estadual de Captação de Órgãos, no período entre janeiro de 2016 e julho de 2023. As variáveis analisadas foram sexo, idade, causa do óbito (traumática ou não traumática), órgãos captados, tempo entre o diagnóstico de morte encefálica e a captação dos órgãos, necessidade de drogas vasoativas e transfusões no pré-operatório da captação. Resultados: No período analisado, foram realizadas 158 captações de órgãos para transplantes, sendo 108 (68%) em pacientes do sexo masculino e 50 (32%) do sexo feminino. A idade mediana dos pacientes foi 47 anos (IIQ: 26, 58); As causas traumáticas de óbito representaram 67% da amostra (n=106), enquanto as não traumáticas foram responsáveis por 33% dos óbitos (n=52), sendo o AVC responsável por 23,4% (n=37) dos óbitos totais. Conclusão: Independente da quantidade de órgãos captados, os rins são os órgãos mais retirados, seguido de fígado e córneas. Os números demonstram que no decorrer dos anos, não foram registrados números muito expressivos de captações, o que pode ser resultado de uma baixa sensibilização em torno da importância da doação de órgãos.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.005-005