Resumo
Introdução: A obesidade é um distúrbio metabólico complexo influenciado por fatores genéticos e ambientais. Indivíduos com um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 são considerados obesos, mas mesmo o sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9) pode trazer consequências adversas. No Brasil, cerca de 60% dos adultos apresentaram excesso de peso em 2020, indicando uma preocupação crescente. Além das transformações físicas, a obesidade está associada a condições como resistência à insulina, dislipidemia e inflamação sistêmica, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e câncer. A disbiose na microbiota intestinal, um desequilíbrio entre as espécies bacterianas, desempenha um papel crucial na etiologia da obesidade, influenciando a homeostase metabólica. A endotoxina LPS, quando expressa em níveis elevados, contribui para a inflamação do tecido adiposo e a progressão da obesidade. Assim, a saúde da microbiota intestinal é essencial para manter o equilíbrio metabólico e prevenir o desenvolvimento da obesidade. Objetivo: O presente estudo investiga como a disbiose intestinal, um desequilíbrio na microbiota, afeta a obesidade e suas complicações. Além disso, examina o papel da endotoxina LPS na inflamação intestinal e na obesidade. Metodologia: Esta revisão bibliográfica utilizou a base de dados do Pubmed para analisar o papel da disbiose intestinal na obesidade. Foram incluídos artigos publicados entre 2020 e 2024 que abordassem os filos Bacteroidetes e Firmicutes, excluindo revisões e artigos indisponíveis na íntegra. A pergunta central era sobre como a disbiose e a endotoxina LPS contribuem para a inflamação na obesidade. Revisão bibliográfica: A microbiota intestinal, composta principalmente por Firmicutes e Bacteroidetes, desempenha um papel crucial na saúde metabólica. Em indivíduos obesos, há um desequilíbrio nessa composição, associado à predisposição à obesidade e distúrbios metabólicos. Fatores como dieta, atividade física e idade influenciam a composição da microbiota. Certas cepas bacterianas, como Bifidobacterium, têm efeitos variados na obesidade. A cirurgia bariátrica pode remodelar a microbiota intestinal, contribuindo para a perda de peso e melhoria da saúde metabólica. Além disso, a obesidade desencadeia inflamação crônica, influenciada pela presença de bactérias intestinais Gram-negativas que liberam endotoxina LPS, contribuindo para condições pró-inflamatórias. Uma dieta rica em gordura aumenta a adesão dessas bactérias à mucosa intestinal, facilitando sua passagem para a corrente sanguínea e contribuindo para a obesidade e resistência à insulina. Conclusão: Neste estudo, investigou-se o impacto da microbiota intestinal na obesidade e saúde metabólica. Fatores como dieta, atividade física e idade influenciam o desequilíbrio na composição da microbiota, com uma predominância de Firmicutes em relação a Bacteroidetes em indivíduos obesos. A redução de Bifidobacterium está associada à obesidade, enquanto diferentes cepas bacterianas podem afetar o peso corporal de maneira distinta. A cirurgia bariátrica pode alterar a microbiota, potencialmente melhorando o metabolismo. A obesidade desencadeia inflamação crônica, com bactérias intestinais Gram-negativas e endotoxinas contribuindo para esse processo, especialmente com uma dieta rica em gordura. Esses achados ressaltam a importância da microbiota intestinal na regulação metabólica e sugerem abordagens terapêuticas para tratar a obesidade e condições metabólicas associadas.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.003-075