Estratégias de gestão em saúde pública para combate e mitigação do estigma social no surto de MPOX

Resumo

Em maio de 2022, foi observado o aparecimento de um surto do vírus Mpox em vários países, precipitando uma rápida disseminação em nível mundial. O atual surto de Mpox apresenta características incomuns comparado aos surtos anteriores. Uma peculiaridade saliente é a incidência notável de casos confirmados entre homens que fazem sexo com homens. O objetivo desta investigação é discernir, no âmbito da literatura científica atual, as estratégias de saúde pública mais pertinentes e eficazes para prevenir ou atenuar a estigmatização social relacionada com o Mpox. Empregando o modelo PRISMA, foi realizada uma revisão sistemática utilizando as bases de dados PubMed, SciELO e Google Scholar, abrangendo artigos publicados de janeiro de 2022 a janeiro de 2024. As estratégias de saúde pública para prevenir ou mitigar a estigmatização social do Mpox foram sistematicamente registradas e resumidas para análise subsequente. Sete artigos foram identificados e analisados. Nenhum dos artigos avaliados apresentou uma abordagem abrangente sobre estratégias de saúde pública para combater a estigmatização social em meio ao cenário de surto de Mpox. Os estudos examinados enfatizam o papel central das intervenções em três eixos das estratégias de saúde pública: sensibilização e formação dos profissionais de saúde, comunicação direcionada e sensível às necessidades dos diferentes grupos afetados e medidas de cuidados médicos que garantam o anonimato e o respeito pelos doentes. Confrontando as estratégias propostas com as questões-chave que desencadeiam a estigmatização, torna-se evidente que é necessária uma calibração diferenciada destas estratégias para otimizar a eficácia da aplicação das orientações de saúde pública. Para além disso, a atenção à saúde mental dos doentes com Mpox é uma dimensão crucial que não pode ser descuidada, dada a vulnerabilidade psicológica destes indivíduos, decorrente tanto da própria doença como da estigmatização social.

DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.001-029