Resumo
A identificação forense após fatalidades é dificultada frente à decomposição cadavérica, sendo o reconhecimento pela ossada o primeiro a ser oportunizado com a definição do sexo do esqueleto analisado. Estudos recentes demonstram que a mandíbula pode ser utilizada como parâmetro no diagnóstico sexual por ser suscetível à atividade da musculatura mastigatória, e que esta é diferente entre os sexos. Entretanto, ressalta-se que fatores étnicos também afetam o formato da mandíbula. O estudo objetivou elaborar um padrão regional de determinação sexual, a partir da mandíbula, por meio da análise de materiais ante e post mortem da população de interesse. Foram analisados em 386 radiografias panorâmicas: altura do ramo, altura do corpo, altura do mento, altura do forame mentual, distância entre os côndilos, distância entre os ângulos mandibulares, distância entre os processos coronoides, distância entre os forames mentuais, largura do ramo, largura da incisura, comprimento mandibular de ângulo a mento, distância entre o forame mentual e o mento, distância entre o forame mentual e o ramo, posição do forame mentual em relação aos dentes posteriores, e presença de uma flexura na borda posterior do ramo na altura do plano oclusal. Os resultados foram avaliados através de testes estatísticos e os padrões reconhecidos para a região de interesse foram testados em mandíbulas maceradas. Conclui-se que a definição de mandíbulas masculinas é dada pela distância entre os côndilos e os ângulos mandibulares, enquanto mandíbulas femininas são determinadas pela distância entre os processos coronoides e pelos comprimentos mandibulares de ângulo a mento bilateralmente.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2023.005-006