Resumo
A contaminação microbiológica de cosméticos pode trazer riscos à saúde do consumidor, podendo estar relacionada com o manuseio incorreto, não realização de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e higiene, compartilhamento de produtos e proliferação de microrganismos advindo de partículas suspensas no ar. Os produtos cosméticos permitem o crescimento microbiano, devido à presença de quantidades variáveis de nutrientes, que pode causar deterioração dos produtos e atuar como fonte potencial de infecções. Tendo em vista o grande uso de cosméticos na categoria de maquiagens, fazem-se necessários estudos sobre a avaliação microbiológica destes produtos, levando em conta o uso individual e compartilhado (testers, salões de beleza, etc). O objetivo desta revisão é descrever os principais microrganismos envolvidos na contaminação de maquiagem de uso coletivo, uso individual e sem uso, e correlacionar com eventos adversos causados aos usuários. Para coleta de dados foram analisados diferentes artigos científicos de pesquisa relacionada a controle de qualidade microbiológico de maquiagens. Foram encontrados diversos microrganismos, bactérias Gram-positivas, bactérias Gram-negativas e fungos, sendo que a maioria estava acima dos limites permitidos pela Anvisa. Dentre as bactérias, o gênero mais predominante foi Staphylococcus spp. devido este estar presente na microbiota normal da pele. Outros microrganismos de importância clínica também foram relatados e ultrapassaram os limites permitidos pela Anvisa. Em indivíduos imunocomprometidos, o risco de infecção por contaminação microbiana desses cosméticos é maior do que em indivíduos imunocompetentes. Sendo assim, este estudo de revisão bibliográfica conclui que é importante garantir o controle de qualidade microbiológico dos cosméticos, seguindo as recomendações das BPF e higiene. O uso inadequado e compartilhamento de maquiagens trazem riscos à saúde do consumidor.
DOI:https://doi.org/10.56238/ciemedsaudetrans-053