Resumo
Considera-se a obesidade uma epidemia mundial de causa multifatorial, que afeta pessoas em todas as faixas etárias, inclusive infantes. Nesse contexto, o crescente número de crianças obesas favorece o aumento no número de doenças advindas de tal comorbidade, sendo a gravidade dessa evolução relacionada a uma maior morbimortalidade. Haja vista isso importa detectar precocemente as patologias associadas a fim de evitar riscos futuros à população infanto-juvenil. O presente estudo objetivou analisar dados de prontuários de crianças atendidas em um serviço de referência em endocrinologia do Meio Oeste de Santa Catarina, com diagnóstico de obesidade, para avaliar a presença de doenças crônicas relacionadas. A amostra foi composta de 165 prontuários, datados no período compreendido de 2004 a 2023. Os resultados apresentaram uma amostra homogênea em relação à idade (aproximadamente 7 anos) e à altura em ambos os sexos, porém divergem quanto ao peso e ao IMC, sendo os maiores valores referentes ao sexo masculino. Em relação aos dados, conclui-se que o perfil lipídico alterado está associado com IMC inadequado para a idade, sendo as crianças classificadas em obesidade grave as que possuíam alterações significativas do triglicerídeo e HDL. Esses dados preliminares indicam que crianças com valores alterados de IMC (sobrepeso ou obesidade) apresentam tendência de dislipidemia, com baixos valores HDL e altos valores de triglicerídeos. Espera-se que esses dados possam ser utilizados como parâmetros para a realização de medidas públicas em endocrinologia e nutrição em crianças da região analisada.
DOI:https://doi.org/10.56238/medfocoexplconheci-030