Resumo
As tireopatias são distúrbios endócrinos altamente prevalentes na população brasileira e mundial e impactam de forma significativa na qualidade de vida dos pacientes. Há poucos dados epidemiológicos sobre as tireopatias no Brasil, incluindo a região sul, o que dificulta a execução de medidas públicas para o diagnóstico e o tratamento dessas patologias. Assim, este estudo objetivou avaliar os aspectos epidemiológicos de um Ambulatório de Endocrinologia do Meio-Oeste Catarinense. Foram analisados 151 prontuários de pacientes portadores de doenças da tireoide, avaliando tais patologias, sexo, idade, peso, altura, Índice de Massa Corporal (IMC), valores de TSH e T4, além de patologias associadas. Dos 151 prontuários analisados, 124 correspondiam ao sexo feminino (82,12%) e 27 ao sexo masculino (17,88%). A mediana de idade das mulheres foi de 52 anos e dos homens 40 anos. Apenas 8 (32%) homens e 28 (22,95%) mulheres estavam em eutrofia, segundo o IMC (≥18,5 até 24,9kg/m2). O IMC médio das mulheres atendidas no ambulatório foi de 30,65 ± 7,68 kg/m2, valor significativamente superior ao observado para os homens, com 24,11 ± 6,07 kg/m2. Quanto às patologias tireoidianas, 62,96% dos homens (n=17) apresentaram hipotireoidismo, comparado à 71,77% das mulheres (n=89). Já, em relação ao hipertireoidismo, 22,22% dos homens (n=6) possuíam, enquanto nas mulheres a prevalência foi 20,97% (n=26). Os pacientes que apresentavam hipo ou hipertireoidismo apresentaram alta prevalência de associação com hipertensão arterial sistêmica e diabetes tipo II. Este estudo revelou altas taxas de hipotireoidismo, principalmente em mulheres, associadas ao sobrepeso e à obesidade. Os dados apresentados aqui são inéditos para o Ambulatório e para a região, caracterizando um perfil epidemiológico básico que poderá ser utilizado para a tomada de ações em saúde pública.
DOI:https://doi.org/10.56238/medfocoexplconheci-018