Resumo
As modificações sociais se intensificaram após a revolução industrial, desde a modernização no meio tecnológico e econômico, baseado na transformação da matéria-prima em diversos bens de consumo, como riscos para a saúde humana, inclusive o risco físico denominado ruído ocupacional. O presente estudo tem como objetivo avaliar as perdas auditivas induzidas por ruído, assim como a incidência de efeitos extra-auditivos baseando-se na apreciação dos exames e anamneses realizadas no período de junho de 2011 a junho de 2021, em trabalhadores com audição normal na admissão, com pelo menos cinco anos de atividade laboral, sendo homens e mulheres de duas madeireiras do Oeste de Santa Catarina. Os resultados de avaliação dos prontuários dos trabalhadores indicam positivamente para ambas as empresas desencadeamentos e agravamentos de Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional (PAIRO) desde a admissão com associação diversas patologias extra-auditivas incluindo primordialmente casos de hipertensão e diabetes, assim como com sintomas dos mais diferentes aspectos auditivos e extra-auditivos (dores de cabeça, insônia, zumbido, vertigem e disacusia). Relacionando com outros hábitos de vida observa-se que a maioria dos trabalhadores com alterações possuem mais de 35 anos de idade, mais de nove anos de atividade laboral exposta a ruídos, uso de medicamento contínuo para patologias diversas, tabagismo, exposição a ruídos não ocupacionais (competição de som automotivo, atividades de lazer entre outros). No que se refere a observação dos Programas de Conservação Auditiva estes não foram implantados em nenhuma das empresas, apenas segue-se a rotina de exames ocupacionais conforme previsto na NR- 7, além de pequenos treinamentos e visitas técnicas por parte de técnicos de segurança do trabalho em âmbito laboral. Com isso, verifica-se a necessidade de transformação deste estudo em artigo científico para que a cada dia a visão tecnicista na saúde do trabalhador migre para uma ótica integral do indivíduo que trabalha em ambiente ruidoso, e para que possamos trabalhar diretamente na área de prevenção de perdas auditivas junto ao setor madeireiro estudado.
DOI:https://doi.org/10.56238/ciesaudesv1-038