Resumo
Os objetivos do estudo foram conhecer como as puérperas se referem a sífilis e sua experiência quanto a testagem durante o pré-natal e identificar os sentimentos em relação à sua vivência sobre a sífilis e a experiência de acompanhar seus filhos diagnosticados com sífilis congênita. Tratou-se de uma pesquisa do tipo exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa que ocorreu a partir de um Projeto de Iniciação Científica. O estudo foi realizado na maternidade de um hospital da rede pública, do município de Volta Redonda (RJ), no primeiro semestre de 2022, por meio de entrevista semiestruturada com 27 puérperas internadas em alojamento conjunto. A entrevista seguiu um roteiro previamente elaborado e aplicado individualmente em ambiente privativo no hospital. A pesquisa foi aprovada pelo CEP conforme Parecer n. 3.910.480. Os resultados apontam que: o público-alvo incluiu puérperas com faixa etária (18 – 43 anos); percentual de escolaridade: ensino fundamental (44,4%), ensino médio (44 %) e ensino superior (11%). A maioria das participantes (70,37%) não tinham informações a respeito da sífilis durante o pré-natal do mesmo modo constatando ausência de conhecimento acerca da patologia, acolhimento humanizado durante a realização das consultas e não comparecimento do parceiro. Embora tenham realizado o teste de sífilis durante o pré-natal, tiveram poucas informações sobre a testagem, tratamento e seguimento durante o aconselhamento pré-teste e pós-teste. Em relação aos sentimentos quanto a possível infecção por sífilis em seus recém-nascidos – sífilis congênita, pode-se concluir que a infecção por ser sexualmente transmissível pode trazer sentimento de culpa, decepção e tristeza às puérperas. Conclui-se que as puérperas pesquisadas não possuem conhecimento adequado quanto a sífilis na gestação e sífilis congênita, o que caracteriza maior risco de adquirir a infecção na gestação ou fora dela, trazendo consequências para a mulher e suas parcerias a longo prazo, e quando da gestação consequências relacionadas a maior tempo de internação, morbidade e mortalidade neonatais.
DOI:https://doi.org/10.56238/ciesaudesv1-024