Resumo
As taxas de prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA), majoritariamente masculinas, salientam para a discussão em torno da manifestação e averiguação das características clínicas e sintomatológicas autistas e o processo diagnóstico do transtorno no gênero masculino e feminino. Desta forma, esta pesquisa discute a relevância dos aspectos relacionados às diferenças de gênero no que tange ao processo diagnóstico do TEA bem como as implicações observadas. Realizou-se uma revisão integrativa de caráter descritivo a partir da abordagem qualitativa, da literatura dos últimos cinco anos. Mediante o processo de coleta de artigos nas bases de dados BVS e PubMed e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos, obteve-se para análise um total de 12 artigos científicos. Os resultados analisados apontam para diferenças de manifestação dos traços autísticos em homens e mulheres, tendo no perfil feminino maiores dificuldades de reconhecimento. Este desafio incide paralelamente na subidentificação de mulheres autistas que não atingem o limiar diagnóstico dos atuais instrumentos de rastreio e confirmação do transtorno, resultando em maiores taxas de diagnósticos tardios e/ou errôneos e consequentemente na carência de serviços e suporte adequados. Considera-se, ainda a cristalização de padrões estereotipados de comportamentos socialmente aceitáveis que são desempenhados pelo grupo feminino, indicando para o desenvolvimento de processos de camuflagem e condutas compensatórias em mulheres com TEA. Ressalta-se a delineação de pesquisas futuras que se aprofundem no desenvolvimento das características clínicas e processo diagnóstico do TEA em mulheres ao longo das diferentes fases do desenvolvimento.
DOI:https://doi.org/10.56238/ciênciasaudeestuepesv1-073